O escritor Olavo de Carvalho publicou, nesta sexta-feira (5) uma mensagem em sua conta do Facebook afirmando que não vai lamentar se o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, for demitido do cargo. Nesta sexta, Jair Bolsonaro sinalizou uma possível demissão do ministro na segunda-feira (8).
Olavo, que é considerado um dos gurus do presidente da República e tem influência em vários nomes que compuseram a primeira gestão do MEC, também afirmou que o comportamento de Vélez é "traiçoeiro".
Apesar da fala de Bolsonaro, Vélez afirmou, em evento do fórum empresarial Lide nesta sexta, que não vai entregar o cargo. O ministro afirmou que o presidente não conversou com ele a respeito e evitou responder perguntas sobre uma eventual saída da pasta.
Entenda a disputa
As disputas no ministério começaram no dia 25 de fevereiro, quando o ministro enviou uma carta às escolas pedindo que o slogan de campanha de Jair Bolsonaro (Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos) fosse lido por crianças e que elas ainda fossem filmadas cantando o Hino Nacional.
Com a repercussão negativa da notícia, o ministro, que foi escolhido para o cargo pela proximidade com o escritor Olavo de Carvalho, passou a se aconselhar com um grupo que defende o abandono do discurso ideológico.
Os seguidores de Olavo classificaram o o grupo como "tucano", afirmando que ele não seguia as ideias de Bolsonaro.
As tensões entre os dois se acirraram quando, no dia 11 de março, o ministro demitiu seis servidores ligados ao escritor. Nas redes sociais, Vélez foi alçado como responsável pela suposta perseguição a ex-alunos de Olavo.
Já no dia 12 de março, Olavo publicou um tweet em sua rede social, afirmando que não queria "derrubar ministro nenhum", e que o "ministério é do Vélez".