Em entrevista ao Jornal da Record, veiculada na noite desta segunda-feira (31), o presidente eleito Jair Bolsonaro disse que Fabrício Queiroz – ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL) e suspeito de irregularidades devido a movimentações financeiras atípicas – gozava "de toda confiança" da família. O futuro chefe de Estado voltou a afirmar que os depósitos feitos por Queiroz na conta da mulher, Michelle Bolsonaro, no valor de R$ 40 mil, foram decorrentes de empréstimo.
Bolsonaro recebeu o repórter Eduardo Ribeiro na Granja do Torto, em Brasília, no último domingo (30).
— Ele (Queiroz) já falou claramente sobre aquela desconfiança de ser caixa 2 ou laranja. De mim, nunca foi. Foi uma dívida que foi se acumulando até que eu cobrei dele. Há seis, sete oito anos atrás, também foi se acumulando (outra dívida anterior), e ele pagou em cheque. Agora, se tiver algo mais, que eu desconheça, cabe essa explicação ao seu Fabrício Queiroz, não cabe a mim — afirmou Bolsonaro.
O presidente eleito contou conhecer Queiroz desde 1984 e disse que os dois já foram inclusive pescar juntos.
— Gozava de toda confiança nossa — ressaltou.
Bolsonaro reitera que deseja "fazer uma limpa" em decretos
Sobre as primeiras medidas que pretende adotar assim que assumir o cargo, nesta terça-feira (1º), o futuro chefe de Estado destacou que pretende "fazer uma limpa em instruções normativas, em decretos":
— Vamos tirar o peso do Estado de quem produz. Isso vale para todas as áreas.
Bolsonaro disse ter dado carta branca aos ministros. Questionado se fará cobranças aos subordinados, respondeu:
— Eu acho que nem vou precisar cobrar. Eles (os resultados) virão. São pessoas extremamente competentes. Se alguém não der certo, paciência, a gente troca lá na frente.
Ele também reclamou do "peso da máquina" e das nomeações feitas nos últimos meses nas agências reguladores. Segundo Bolsonaro, o interesse dessas pessoas "não é botar para funcionar as agências". Outro alvo de críticas foram as ações em prática na segurança pública.
— O que foi investido nos últimos 20 anos, o que foi proposto e colocado em prática piorou (a situação). A política desarmamentista no Brasil não deu certo. A bandidagem continua armada — concluiu.
Durante a entrevista, Bolsonaro demonstrou tranquilidade. Posou para fotos com agentes da Polícia Federal que fizeram sua segurança ao longo da campanha e agradeceu pelo trabalho. Disse que vem tendo dificuldades para dormir (sofre de insônia) e que gostou da Granja do Torto "pela simplicidade".