Em reação à denúncia apresentada nesta quarta-feira (19) pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o presidente Michel Temer negou a existência de irregularidades no caso do Decreto dos Portos e disse que provará sua inocência.
— O presidente Temer provará, nos autos judiciais, que não houve nenhuma irregularidade no decreto dos Portos, nem benefício ilícito a nenhuma empresa — informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência por meio de nota.
À noite, ao ser ao ser homenageado em evento da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), em Goiânia, Temer evitou o assunto. De forma genérica, o presidente disse apenas que foi vítima de "uma trama moral" que muito o agrediu, sem especificar se falava das duas denúncias anteriores, oferecidas pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
Além de Temer, foram denunciados João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo pessoal do presidente, Carlos Alberto Costa, sócio de Lima, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e os empresários Antônio Grecco e Ricardo Mesquita, ambos da Rodrimar.
O grupo empresarial, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que os executivos denunciados foram afastados da Rodrimar no início do ano. Segundo a companhia, isso permitiria "a máxima isenção e transparência durante o período em que os processos em questão estiverem tramitando na Justiça". A empresa também disse que "continua pautando a sua gestão dentro dos mais elevados padrões de governança corporativa".
O advogado Maurício Silva Leite, que defende o coronel João Baptista Lima Filho informou que só irá se manifestar depois de analisar o teor da denúncia feita pela PGR. Os demais denunciados não foram localizados até a publicação da reportagem.
Denúncia
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou na quarta-feira (19) denúncia contra Temer por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito do inquérito dos Portos, que apura se houve favorecimento a empresas do setor portuário na edição de um decreto de 2017. Essa é a terceira denúncia apresentada contra Temer pela PGR desde que ele assumiu o cargo, em 2016.