A Polícia Federal (PF) cumpre mandado de busca e apreensão no gabinete do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) na manhã desta quinta-feira (5). A ação é um desdobramento da Operação Registro Espúrio, que investiga desvios no Ministério do Trabalho relacionados à concessão do registro sindical.
Os policiais federais chegaram antes das 6h para o cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede do Ministério do Trabalho e no gabinete do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), no anexo IV da Câmara. Um dos presos de forma temporária na operação é Jonas Antunes Lima, assessor de Marquezelli. O parlamentar acompanhou as buscas em seu gabinete, negou envolvimento em irregularidades e disse não acreditar na participação de seu funcionário em irregularidades.
— O Jonas trabalha no meu gabinete há mais de 10 anos, é um rapaz limpo, acredito que ele não está envolvido — afirmou.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, os outros dois alvos de prisão temporária são o chefe de gabinete do ministro do Trabalho, Júlio de Souza Bernardes, e o superintendente do ministério no Rio de Janeiro, Adriano José Lima Bernardo.
Proibido pela Justiça de frequentar o ministério do Trabalho, Marquezelli disse que não tem ligações com a pasta. Cogitou que a sua atuação na defesa dos caminhoneiros, e consequentemente com sindicatos da categoria, possa ser um dos motivos de estar sendo investigado.
Operação Registro Espúrio
A terceira fase da Operação Registro Espúrio, segundo a PF, tem o objetivo de "aprofundar as investigações a respeito de organização criminosa que atua na concessão fraudulenta de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho".
Estão sendo cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os mandados são cumpridos em Brasília e no Rio de Janeiro.
Além das medidas cautelares de busca, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) serão impostas aos investigados medidas cautelares consistentes em proibição de frequentar o Ministério do Trabalho e de manter contato com os demais investigados ou servidores da pasta, bem como a suspensão do exercício do cargo.
"As investigações e o material coletado nas primeiras fases da Operação Registro Espúrio indicam a participação de novos atores e apontam que importantes cargos da estrutura do Ministério do Trabalho foram preenchidos com indivíduos comprometidos com os interesses do grupo criminoso, permitindo a manutenção das ações ilícitas praticadas na pasta", diz nota da PF.
Afastamento de ministro
O ministro do Trabalho Helton Yomura é um dos alvos da terceira fase da Operação Registro Espúrio deflagrada nesta quinta. Além de ser alvo de busca e apreensão, a PF e a PGR pediram ao Supremo o afastamento de Yomura do ministério. A medida foi aceita pelo ministro Edson Fachin, relator do caso na corte. Yomura deve depor à PF no fim da manhã desta quinta.