O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine e seu suposto operador, André Gustavo Vieira da Silva – presos pela Operação Lava-Jato nesta quinta-feira (27) –, utilizavam o aplicativo Wickr e, após as conversas que travavam, destruíam as mensagens a cada 30 minutos. Segundo a força-tarefa da Operação, em alguns casos, as mensagens eram destruídas "a cada quatro minutos para evitar a utilização como prova de ilícitos praticados".
"O aplicativo Wickr permite a troca de mensagens instantâneas entre contatos por meio de sistema de criptografia ponta-a-ponta, com a possibilidade de destruição de todas as mensagens recebidas e lidas pelos interlocutores após um período pré-determinado", afirmou a Lava-Jato, que também disse ser "rotineira a utilização do aplicativo Wickr por Aldemir Bendine com intuito de efetuar conversas ilícitas e rápida destruição de provas".
Aldemir Bendine e operadores financeiros são suspeitos de operacionalizarem o recebimento de R$ 3 milhões em propinas pagas pela Odebrecht em favor do ex-presidente da Petrobras. Segundo o MPF, na véspera de assumir a presidência da estatal, em 6 de fevereiro de 2015, Aldemir Bendine e um de seus operadores financeiros solicitaram propina aos executivos Marcelo Odebrecht e Fernando Reis. O pedido teria sido feito para que o grupo empresarial Odebrecht não fosse prejudicado na Petrobras em relação às consequências da Lava-Jato.
Política
Bendine e operador destruíam mensagens a cada 4 minutos, diz Lava-Jato
Objetivo, segundo investigadores, seria evitar utilização das conversas como prova de ilícitos praticados
Estadão Conteúdo
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