O Palácio do Planalto já trabalha com a possibilidade de o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) ser o próximo alvo da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR) em investigações.
Interlocutores do presidente Michel Temer dizem que ele tem sido "atacado" com o objetivo de desestabilizar o governo. Nesta semana, o ex-ministro foi intimado a depor como testemunha no inquérito ligado a Temer.
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Geddel é investigado pelo suposto recebimento de "vantagens não contabilizadas" da construtora Odebrecht em campanhas eleitorais em 2006 e 2014. Os pagamentos, segundo o Ministério Público Federal (MPF), tinham como contrapartida o apoio de Geddel à aprovação de medida provisória e em contratos referentes ao Transporte Moderno de Salvador II (TMS II).
A investigação foi aberta com base em delações premiadas de três ex-executivos da Odebrecht: Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo, Cláudio Melo Filho e João Antonio Pacífico Ferreira.
O caso foi encaminhado em abril para a Justiça Federal na Bahia, com cópia para a Procuradoria da República no Estado, porque o ex-ministro não tem mais foro privilegiado. Geddel deixou o governo em novembro do ano passado após denúncias de que teria pressionado o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero a liberar a construção de um prédio nos arredores de uma área tombada, em Salvador.
Geddel foi questionado no fim de maio pelo Estado sobre a hipótese de fazer delação.
– Isso é uma canalhice, um desrespeito, uma indignidade – disse à época.
Agora, ele afirmou que não comentaria. O advogado de Geddel não foi encontrado.
O Planalto também avalia que há a possibilidade de os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil) também serem alvo da PGR e da PF.