
Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocando em risco sua permanência na presidência do Senado. Renan pode ser afastado do cargo assim que o STF retomar o julgamento da ação que proíbe que réus façam parte da linha sucessória da Presidência da República – o que ainda não tem data para acontecer.
Na sessão do dia 3 de novembro, cinco ministros acompanharam a tese do relator, Marco Aurélio Mello, que acata o pedido proposto pela Rede Sustentabilidade. Mesmo com maioria, o julgamento não foi concluído devido a pedido de vista do ministro Dias Toffoli.
Para que a votação seja retomada, é necessário que Toffoli devolva o julgamento ao plenário, o que, segundo a assessoria de imprensa do STF, não tem prazo.
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O adiantamento provocado pelo pedido de vista de Toffoli favorece o peemedebista. Ainda que tenha se tornado réu, Renan permanece como presidente do Senado até que o julgamento da ação sobre a linha sucessória de Michel Temer seja concluído.
Há quase um mês, a sessão que julgava a ação da Rede ocorria de forma ágil. O relator Marco Aurélio fez um voto rápido a favor do pedido e afirmou ser inviável que réus, em ações criminais em curso no Supremo, ocupem cargo de substituição imediata do chefe do Poder Executivo.
De acordo com o relator, a Constituição não prevê a substituição do titular de qualquer das presidências nem a possibilidade de, impedido o primeiro da ordem de substituição, vir a ser chamado o subsequente, "com a quebra do sistema, com menosprezo para esta ou aquela Casa". Assim, os titulares dos cargos "devem guardar, necessariamente, a possibilidade de virem a exercer o cargo de presidente da República".
Acompanharam o relator os ministros Luiz Edson Fachin, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux e Celso de Mello – o decano adiantou o voto mesmo após pedido de vista de Toffoli. De todos os presentes, além do pedido de vista de Toffoli, a única que não votou foi a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.