O Ministério Público Federal (MPF) pediu, na segunda-feira, a prisão preventiva de Pedro Ramos de Miranda, apontado como "faz tudo" do ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB). Miranda já havia sido indiciado 64 vezes por lavagem de dinheiro e por envolvimento em organização criminosa que, segundo os procuradores, era chefiada por Cabral.
O ex-governador está preso desde o dia 17 de novembro sob a acusação de ter movimentado pelo menos R$ 224 milhões em propinas de empreiteiras em seus dois mandatos, de 2007 a 2014. O MPF acredita que em liberdade Miranda poderia continuar lavando dinheiro para Cabral.
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Miranda foi assessor especial do ex-governador e tinha relações próximas com outros envolvidos no esquema de corrupção, segundo o MPF. Tratado como "Ramos", ele seria encarregado de comprar joias para lavar dinheiro, tendo pago, em nome do ex-governador e da ex-primeira dama Adriana Ancelmo (apontada como integrante da organização e presa no último dia 6), R$ 7 milhões em itens adquiridos nas joalherias Antonio Bernardo e H.Stern. Miranda fazia saques de valores altos da conta do ex-governador, pagava as joias e as levava até ele.
No dia 17, quando foi deflagrada a Operação Calicute, da Polícia Federal, Miranda, que é bombeiro militar, foi conduzido coercitivamente a depor à PF. Não teve pedida a sua prisão pelo MPF porque ele forneceu seu endereço residencial e por faltarem elementos sobre sua participação nos crimes, segundo o pedido de ontem, assinado pelos procuradores Eduardo El-Hage, Leonardo Freitas, Renato Oliveira e Rodrigo Timóteo da Costa e Silva.
Os depoimentos colhidos pela PF acabaram evidenciando o envolvimento de Miranda no esquema, sustentam os procuradores. Só que o militar não foi encontrado no endereço indicado no depoimento. Para agravar a situação do bombeiro, vizinhos informaram que ele não morava lá havia mais de um ano.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.