O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro entregou ao juiz Sérgio Moro notas fiscais e comprovantes de transferências da empreiteira para uma construtora no interior da Paraíba que, segundo ele, foram utilizadas para lavar R$ 1,5 milhão de caixa 2 para a campanha do hoje ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo (PMDB) ao governo daquele Estado em 2014.
"Parte desta quantia (R$ 1,5 milhão, segundo o empreiteiro) foi utilizada para viabilizar o pagamento da mencionada parcela da vantagem indevida", diz a defesa de Pinheiro.
O pagamento teria sido feito em troca de "proteção" a empreiteiros em CPIs da Petrobras presididas por Vital. Segundo Pinheiro, o repasse a Vital foi parte dos R$ 2,5 milhões que a OAS teria pago ao PMDB como parte do acerto. Pinheiro apresentou nove notas e três comprovantes de transferência e depósito nas contas da construtora Planície.
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Vital informou que não recebeu recursos da Planície para campanha e "jamais negociou" valores relacionados a doações ilícitas. O PMDB disse desconhecer a delação de Pinheiro. Já a Planície afirmou que não conhece o ex-presidente da OAS e que os serviços descritos nas notas "podem ser comprovados por meio de documentação própria".
Na terça-feira, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, determinou a abertura de mais um inquérito contra o também peemedebista Valdir Raupp (RO). O processo apura denúncias do delator Fernando Baiano – apontado como operador do PMDB no esquema na Petrobras – de que o senador teria cobrado doações em troca de contratos da estatal. Raupp negou a acusação e chamou a delação de "mentirosa e grotesca".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.