Por 14 votos 5, os senadores que compõem a Comissão Especial do Impeachment aprovaram, nesta quinta-feira (4), o relatório de Antônio Anastasia (PSDB) que sugere que a presidente afastada Dilma Rousseff seja levada a julgamento pelo plenário do Senado.
Agora, o processo irá para a fase de pronúncia. No dia 9 deste mês, em sessão comandada pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, o plenário do Senado votará pelo prosseguimento ou arquivamento do processo. O julgamento final deve ocorrer até o fim de agosto.
A reunião de hoje foi a última da comissão, que teve outros 30 encontros. Foram mais de cem horas de trabalho, que resultaram no registro de 13 mil páginas. Os encontros foram marcados por discussões acaloradas, situação que se repetiu nesta quinta.
Cada um dos senadores titulares do grupo teve direito a falar por cinco minutos antes da votação pelo painel eletrônico. Uma das principais defensoras da presidente afastada, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) chamou o governo do presidente interino Michel Temer de "ilegítimo e usurpador".
A parlamentar também provocou polêmica ao dizer que considera o relatório de Anastasia "fraudulento". O termo foi retirado da ata da reunião, gerando revolta entre os senadores que apoiam Dilma.
O senador Magno Malta (PR-ES) defendeu o relatório que apontou a responsabilidade da presidente afastada. Para ele, a pedalada fiscal "foi a gota d'água" do que aconteceu com o país. E completou: "Fraudulento foi o processo eleitoral."
Em meio ao clima beligerante, Malta arrancou sorrisos dos parlamentares ao terminar seu discurso com o trecho de uma canção de Roberta Miranda. "Vá com Deus, vá com Deus", cantou.
O último discurso foi do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que "a história irá absolver a presidente", também chamou o processo de "fraude e golpe".
Após os pronunciamentos, o relator, Anastasia, defendeu seu trabalho, reiterando que teve natureza técnica e jurídica.