Dênis Alex de Oliveira, ex-coordenador do gabinete do vereador Moacir Camerini (PDT), foi o primeiro a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fake News na tarde desta segunda-feira (10), na Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves. A investigação foi criada para investigar a suposta propagação de informações falsas por meio de redes sociais a mando de Camerini. No depoimento, Oliveira afirmou que criou seis perfis falsos sob ordem do vereador pedetista, nas redes sociais WhatApp e Facebook. Ele disse que sabia que se tratava de material criado com a finalidade de atingir representantes políticos ou defender a imagem do parlamentar em páginas de notícias.
Oliveira afirmou que, inicialmente, os perfis foram criados para popularizar o trabalho da Câmara de Vereadores e, com o tempo, passaram a ser usados para ofender outras pessoas e ingressar em discussões políticas.
— Com o tempo, ficou para a gente defender ou entrar em algumas notícias e brigar. Então, a gente era cobrado para fazer os perfis. Mas o que mais era propagado era pelo WhatsApp. Ele solicitava que a gente entrasse nos perfis para comentar matérias e enviar por grupos de WhatsApp – afirmou o ex-assessor.
Oliveira disse ainda que Camerini cobrava que um assessor utilizasse a conta da própria esposa em uma rede social para propagar informações e entrar em discussões políticas pela internet.
— A gente utilizava as nossas e as fakes, um colega meu utilizava a da esposa dele. Todos tínhamos acesso e alguns eram mantidos pelo próprio vereador – complementou Oliveira.
As datas dos próximos depoimentos serão definidas ao longo dos próximos dias. Ainda devem depor os dois outros ex-assessores que fariam parte do esquema e o parlamentar que está sendo alvo da investigação. O presidente da Comissão é o vereador Jocelito Tonietto (PDT). Na vice-presidência, está o vereador Idasir dos Santos (MDB). O parlamentar Volnei Christofoli (PP) é relator. O documento de criação da CPI foi assinado por 14 parlamentares. A CPI terá o prazo de 120 dias e pode ser prorrogada por mais 60.
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