O prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) chegou a Caxias do Sul na manhã de quinta-feira para apagar o "incêndio" que se instaurou no seu gabinete durante as férias.
A folga teve de ser interrompida após duas decisões judiciais que questionavam quem era o sucessor para assumir o cargo de chefe do Executivo na sua ausência e na recusa do vice-prefeito, Antonio Feldmann (PMDB), que optou por não pegar o cargo para não se transformar em inelegível paras as eleições gerais de outubro.
Alceu e a primeira-dama e coordenadora de Comunicação da prefeitura, Alexandra Baldisserotto, embarcaram em Cancún, no México às 17h30min de quarta-feira, e, após desembarcarem em Porto Alegre no início da manhã de quinta, chegaram em Caxias às 10h30min. Menos de uma hora depois, Alceu chegava no prédio da administração municipal e retomava o cargo.
A cerimônia foi bem diferente de quando saiu em férias e passou o bastão para o presidente da Câmara de Vereadores, Gustavo Toigo, com o Salão Nobre lotado e discursos. A documentação já estava pronta e Alceu assinou, junto com Toigo, numa cerimônia bem reservada.
Para atender a imprensa, Alceu reuniu secretários e vereadores da base, sendo que na mesa as autoridades ficaram nas cadeiras mais próximas do prefeito. Exatamente às 14h04min o pedetista deixou o gabinete e entrou no salão nobre acompanhado de Toninho, que ficou sentado ao seu lado. Do outro estava Toigo. Antes de abrir para as perguntas, Alceu fez suas considerações, a partir de tudo o que viu na imprensa sobre os fatos enquanto estava fora do Brasil.
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Indiferente à crise, começou bem-humorado com os jornalistas e pediu desculpas pelo cansaço da viagem. Citou que leu num jornal de abrangência nacional que o vice-presidente da Câmara dos Deputados (André Vargas, do PT do Paraná) havia renunciando por suspeita de envolvimento com doleiro. E comparou que no exemplo de Brasília trata-se de uma crise causada por corrupção, o que o deixaria muito chateado, caso tivesse acontecido em Caxias.
- O que está havendo é uma crise de interpretação da lei - resumiu.
Disse seu pensamento quando questionado pelos jornalistas sobre a crise, falou sobre o desgaste do governo e do vice, sobre sua relação com o vice-prefeito Antonio Feldmann, anunciou a mudança do chefe de Gabinete (Manoel Marrachinho será coordenador das obras do PAC e cedo o lugar para o presidente da Festa da Uva, Edson Néspolo) e fugiu do assunto ao ser questionado sobre quando remarcará suas férias.
Administração municipal
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