O primeiro passo da investigação sobre a apreensão de 278 pedras lapidadas e 3,08 kg de pedra bruta na noite de segunda-feira (8) em Caxias do Sul é comprovar se o material realmente é esmeralda. Na manhã desta terça, os investigadores consultavam ourives e joalheiros de Caxias do Sul para ter uma primeira avaliação sobre a carga apreendida. Na sequência, as pedras serão encaminhadas para o Instituto Geral de Perícias (IGP) para a elaboração de um laudo técnico.
— Pode se tratar de um engodo, um instrumento para outro crime. Precisamos desta avaliação técnica para saber que rumo a investigação tomará. Pode ser uma organização criminosa envolvida em lavagem de capitais ou (as pedras são) um instrumento para crimes de estelionato. Aparentemente, no mínimo, trata-se de um câmbio negro — comentou o delegado Adriano Linhares, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), em entrevista à RBS TV.
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A carga foi encontrada pela Brigada Militar (BM) com um homem de 27 anos que possui histórico de crimes contra o patrimônio e foi abordado no bairro Colina Sorriso. O material foi apreendido porque o suspeito não conseguiu comprovar sua origem. Contudo, nenhum delito foi comprovado durante a ação policial e o homem foi liberado após registro do boletim da ocorrência. Desta forma, o nome deste suspeito não é divulgado.
— Esmeraldas, neste volume, despertam a ganância. Poderiam ser instrumentos para aquisição de patrimônio, como veículos e imóveis. O sujeito (vítima), depois, não teria como reivindicar este patrimônio. É uma possibilidade de estelionato — explica o delegado Linhares.
A estimativa de que a carga valha R$ 5 milhões foi feita pelos policiais militares diante das informações passadas pelo próprio suspeito. Ele teria informado que o material vem da Bahia na forma bruta e que o trabalho dele é lapidar e vender as supostas esmeraldas.