O primeiro embate público entre vereadores da base do Governo Flavio Cassina (PTB) aconteceu durante a sessão representativa da Câmara municipal de terça. O estranhamento ocorreu entre os vereadores Alceu Thomé (PTB) e Alberto Meneguzzi (PSB), parlamentares dos mesmos partidos do prefeito Cassina e do vice Elói Frizzo, respectivamente. O motivo para o atrito é o protocolo de dois requerimentos com pedidos de informações para a Fundação de Assistência Social (FAS) e a Secretaria Municipal da Educação (Smed) de autoria de Meneguzzi.
Os requerimentos foram votados na sessão de ontem e aprovados por unanimidade. Meneguzzi quer informações sobre o quadro de servidores da FAS. No documento, ele faz questionamentos sobre o número de servidores e a distribuição deles em cargos efetivos, cargos comissionados (CCs), estagiários e celetistas. Ainda solicita o número de servidores que possuem função gratificada (FG).
Em outro requerimento, Meneguzzi pede informações à Smed sobre a identificação e encaminhamento para tratamento de estudantes com possíveis sintomas de problemas neurológicos e psicológicos. O objetivo, segundo o vereador, é avaliar a situação nas escolas municipais e adquirir subsídios que possam colaborar para sugestões propositivas. Meneguzzi questiona se a Smed possui um levantamento sobre a incidência de problemas psicológicos e neurológicos nos estudantes da rede municipal. Também quer saber como os casos são identificados e encaminhados e se há prioridade de atendimento nas redes básica e especializada de saúde. Ainda pergunta se a Smed possui uma equipe multidisciplinar de profissionais que atuam nesses casos.
Durante a apreciação sobre o requerimento da FAS, Thomé reconheceu que é legítimo Meneguzzi pedir informações ao Executivo. Entretanto, ele acredita que há “novos ares” na administração municipal e, se Meneguzzi tivesse ligado para a presidência da FAS, receberia os dados solicitados “sem problemas”. O socialista contrapôs, dizendo que respeita a opinião de Thomé, mas não a entendeu.
– Esse pedido chegou a mim por denúncia. Antes, o senhor não se manifestava assim. Preciso de subsídios para colaborar com o governo e espero que esse governo ouça – salientou Meneguzzi.
A vereadora Denise Pessôa (PT) demonstrou estranhar a postura de Thomé.
– Do jeito que o senhor cobrou do vereador Alberto, parece que a Câmara é um setor da prefeitura, mas não é – frisou, defendendo que as informações solicitadas cheguem à Casa por meio de documentos.
Pela Lei Orgânica, o município tem 30 dias para responder aos pedidos de informações.
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