O incêndio nos arredores do Belvedere Sonda, em Nova Pádua, que parecia controlado por volta do meio-dia desta segunda-feira, voltou a assustar durante a tarde. Embora o acesso e até mesmo a visibilidade das chamas seja difícil pela altura e inclinação da encosta, grandes nuvens de fumaça serviram de alerta para bombeiros e moradores atacarem os possíveis focos com mangueiras. A prefeitura também prestou socorro com um caminhão-pipa. Identificado no início da manhã de domingo, o incêndio já dura quase 36 horas.
Com disponibilidade de caminhões e de efetivo reduzida, por conta do feriado e também da Operação Golfinho, foi preciso pedir auxílio aos quartel de Antônio Prado. Isso porque os bombeiros de Flores da Cunha, que combateram o incêndio no domingo, precisaram atender a uma ocorrência de afogamento na segunda-feira. E os servidores de Caxias do Sul, divididos entre as ocorrências da própria cidade e da Operação Golfinho, na Rota do Sol, também não puderam ajudar.
Entre 15h e 16h30min, quando a reportagem esteve no local, moradores da vizinhança ignoravam a dificuldade de respirar devido à forte fumaça para ir o mais próximo possível dos focos de incêndio com suas mangueiras. Proprietário de um café que funciona junto ao deck de contemplação, Odeli Sonda, 49, conta que foi o primeiro a identificar a fumaça, por volta das 7h de domingo, Ao meio-dia, já não tinha mais clientes em seu estabelecimento. A preocupação maior, contudo, é que o vento carregue o fogo para próximo das moradias que circundam o deck.
— A gente não consegue ver para onde o fogo está se alastrando. Se for para o lado das casas, pode dar um estrago muito grande — comenta.
As causas do incêndio são desconhecidas, mas muitos moradores acreditam que possa ter iniciado com fagulhas deixadas por fogos de artifício jogados em direção à mata.
— As pessoas precisam ter conscicência do risco que isso representa. É um lugar aberto ao público, e há quem goste de soltar fogos de artifício de cima para baixo, por causa do eco que provoca. Temos que iniciar uma campanha de conscientização — comenta o secretário de Administração e Fazenda de Nova Pádua, Pedro Quintanilha.