A Polícia Civil instaurou um inquérito para esclarecer o que aconteceu no episódio em que seguranças privados molham um homem de 56 anos na madrugada do dia 7 de janeiro, nos banheiros da Praça Dante Alighieri, em Caxias do Sul. A investigação foi aberta em razão de um vídeo divulgado desde sábado no Facebook do vereador Rafael Bueno (PDT). O primeiro passo é ouvir a vítima.
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O homem de 56 anos foi identificado pela Fundação de Assistência Social (FAS). Ele está internado em um serviço de saúde para o tratamento de alcoolismo.
— Entramos em contato hoje (quarta-feira) com a clínica. Queremos saber se tem condições de se manifestar ou não de acordo com a avaliação médica. Assim que for liberado, ouviremos ele. Se possível essa semana ainda — aponta o delegado Vitor Carnaúba.
Neste primeiro momento, o chefe da 1º Distrito Policial percebe um crime de injúria, que tem pena de detenção de um a seis meses ou multa.
— Lesão corporal, em princípio, não vi. O que resta, por enquanto, é uma injúria. Mas precisamos verificar o que ele (vítima) irá dizer. Essas imagens (do vídeo divulgado pelo vereador) são suficientes, porque dizem o que aconteceu naquele momento. Mas ficamos na pendência do que a vítima disser — explica o delegado Carnaúba, que esclarece que este não pode ser um caso de maus tratos porque o homem tem menos de 60 anos e, portanto, não é idoso.
Segundo vídeo evidencia ofensas
Um segundo vídeo foi divulgado nesta quarta-feira e, para o delegado Carnaúba, evidencia ainda mais a injúria contra a vítima. As novas imagens mostram o que ocorreu dentro do banheiro público, quando os vigilantes utilizam a água para enxotar o homem da cabine. Os seguranças reclamam do cheiro da vítima. "Vamos, meu", "sai daí, demônio", "Vamos, carniça", "Vai tomar banho, fedorento" são algumas das frases ouvidas no vídeo, que também mostra os vigilantes direcionando a água diretamente no rosto da vítima.
— A água agrava a injúria, porque é para ofender, não para machucar. Agride a honra da pessoa — aponta o delegado Carnaúba.
O vídeo desmente a versão dada pelo sócio proprietário da empresa de vigilância, Alex Sandro Gonçalves Moraes, durante entrevista à emissora RBS TV no sábado. Moraes, que aparece nas imagens, alegou que a situação foi uma brincadeira e garantiu ainda que o senhor de camiseta vermelha havia solicitado que fosse molhado.