O Hospital Geral (HG) está com as cirurgias eletivas (não urgentes) suspensas desde o início deste mês. A decisão foi tomada porque os 170 leitos de internação que recebem os pacientes no pós operatório estão com ocupação máxima. Com isso, a instituição não consegue dar vazão aos pacientes que estão em unidades de urgência. É para priorizar o atendimento a esses usuários que a medida foi adotada, de acordo com a direção do hospital. Procedimentos oncológicos e de urgência, como cirurgias cardíacas, permanecem sendo realizados. Assim como as cirurgias ambulatoriais, que não necessitam de internação. Os atendimentos de emergência no Pronto-Socorro (PS), para pacientes levados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e os casos judiciais também continuam.
Leia mais
Mutirão de consultas vai atender quem está na fila por especialistas em Caxias
Hospital materno-infantil de Caxias precisa de R$ 6,5 milhões para terminar obra parcial
A medida vale para as 49 cidades da região que tem o HG como referência pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as áreas em que foram suspensas as cirurgias estão desde a cardíaca não urgente, até ginecológica, pediátrica, toráxica, oftalmológica. Em maior número, a abdominal e vascular.
— Parte significativa (dos eletivos) termina sua recuperação em leitos de enfermaria. E são esses leitos que, quando lotados, impedem o giro de pacientes a partir das unidades críticas — explicou o diretor técnico do HG, Alexandre Avino.
Um dos exemplos da superlotação está no PS que tem 115% de ocupação e onde os pacientes aguardam vagas em UTI. É lá, também, sentados em poltronas, que usuários esperam avaliações para cirurgias que, provavelmente, precisem de leitos. A sala para atendimento de pacientes em parada cardíaca que era para duas pessoas, já chegou a ter quatro.
— Isso é um abuso para estrutura hospilar e para as equipes assistenciais. Temos corpo clínico, enfermagem, serviços de suporte sobrecarregados. O sistema é subdimensionado. Existe uma série de problemas que precisam ser resolvidos. Enquanto isso, temos que tomar decisões. Precisamos resguardar o atendimento digno e com qualidade para o paciente que precisa de emergência — ponderou Avino se referindo a não resolutividade da rede básica e de atenção secundária, como Postão e UPA.
Não há informação de quantos procedimentos deixaram de ser feitos nesses seis dias (contam apenas os dias úteis). Em média, o HG realiza entre 540 e 590 procedimentos por mês. Destes, cerca de 300 estão entre os que serão postergados. Os usuários terão os procedimentos remarcados pelo hospital. A expectativa é que isso ocorra nos próximos dias.