Em Caxias do Sul nesta terça-feira para palestrar para filiados e simpatizantes, o presidente da Fundação Novo, Gustavo Franco, falou sobre a importância de valorizar as empresas para gerar empregos. Responsável pelo plano econômico do candidato a presidente João Amoêdo (Novo), ele destacou que o mau funcionamento da economia está relacionado ao tratamento que o governo dá aos empreendimentos (de todos os portes).
Segundo Franco, reconhecido por ser um dos criadores do Plano Real, os empresários estão se sentindo desamparados com as atuais legislações tributária e trabalhista.
— Quem cria emprego não é o político em Brasília. Todo vez que um político em Brasília disser que vai criar emprego, ele vai estar mentindo, porque quem cria emprego, quem assina a carteira é a empresa. Se você não trabalhar bem com as empresas, se você não fizer com que elas progridam, você não vai criar emprego para ninguém. Ela é o centro do processo de progresso de qualquer economia, e o que nós fizemos nos últimos anos foi meio que hostilizar a empresa — disse à imprensa antes do evento partidário no restaurante DiPaolo.
Questionado sobre a Reforma da Previdência defendida pelo Novo, Franco citou o modelo proposto pelo professor Hélio Zylberstajn. Segundo ele, consiste em alterações na previdência ligada ao INSS complementada com uma reforma no FGTS com vistas a transformá-lo em um fundo de pensão:
— Nós temos algo como 83 milhões de pessoas que são cotistas do FGTS. É dinheiro nosso, muito mal aplicado, e que poderia ser uma fonte de aposentadoria, que daria conforto aos 83 milhões de proprietários desse dinheiro, que eles teriam uma velhice tranquila. Esse dinheiro foi muito mal aplicado ao longo dos anos. Foi usado para políticas públicas. O governo fazendo caridade com dinheiro alheio, dinheiro que podia ser usado para atender carências da previdência.
Do PSDB para o Novo
Presidente do Banco Central na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o economista Gustavo Franco deixou o PSDB no ano passado por se sentir um dissidente dentro da sigla. Para ele, o partido "envelheceu" e "misturou-se com outros partidos mais convencionais. Ele se parece com o MDB".
— Vim para o Novo por isso e também porque, ultimamente, o comportamento do partido em relação a Aécio Neves e outros personagens envolvidos em problemas com a polícia não foi satisfatório para mim. Eu saí do partido e me sinto absolutamente em casa no Novo, totalmente identificado com os ideais do partido — diz.