Para tentar esclarecer quais os motivos que levaram um ultraleve a cair e matar dois homens no domingo, em Barão, equipes dos Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) IV, órgão ligado à Força Aérea Brasileira, deverão ouvir testemunhas e analisar os restos da aeronave nos próximos dias. A investigação documental da Seripa também vai apurar se Adilson Rauber, 34 anos, que pilotava o veículo no momento do acidente, tinha habilitação para a prática. Amauri José Rockenbach, 52, era o passageiro que também morreu na queda, na Linha Francesa Alta, no interior de Barão, no Vale do Caí.
Leia mais
Performance em praça é confundida com surto e bailarino é levado para atendimento psiquiátrico em Caxias do Sul
Homem fica em estado grave após acidente no bairro De Zorzi, em Caxias do Sul
Fiéis participam de missa em homenagem à beatificação do padre João Schiavo, em Caxias do Sul
Segundo o major aviador Marlon da Fonseca Sampaio, o trike (lê-se tráik), espécie de triciclo com asas de asa-delta, é considerado uma aeronave experimental e, por isso, a investigação da Seripa serve para que o órgão possa produzir conhecimento e evitar novos acidentes. Não há prazo para essa apuração se encerrar, mas ela pode levar até um ano, segundo o major:
— A nossa (investigação) é diferente da policial, que vai apurar as causas das mortes. Como o trike é experimental, com guarda exclusiva do proprietário, tudo pode levar mais tempo. Nossa ideia é pensar na prevenção. Também vamos apurar se o piloto tinha habilitação.
Para pilotar esse tipo de aeronave, segundo Sampaio, é preciso ter, pelo menos, habilitação de piloto esportivo, documento aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
— Ainda não se tem ideia do que pode ter acontecido. Ouvi algumas pessoas que estavam no local falando que havia muita cerração no momento do voo. Alguns também falaram que a aeronave estava fazendo um barulho estranho e bem alto. Mas isso ainda é muito inicial, são só relatos de pessoas leigas no assunto — adianta o major.
Rauber e Rockenbach foram velados na capela mortuária de Santa Terezinha, interior de Nova Petrópolis. O sepultamento de ambos ocorre nesta segunda-feira, no cemitério da mesma comunidade. Rauber era natural de Cândido Godoi, trabalhava como metalúrgico em Santa Terezinha, deixa mulher e um filho de dois anos. Rockenbach, nascido em Curitiba (PR), trabalhava como motorista de uma fábrica de cerâmicas em Bom Princípio e deixa mulher e dois filhos adultos.