A preocupação dos taxistas com a falta de segurança para trabalhar a noite aumentou após a morte do colega Stefano Pinto Dorigatti, 29 anos. Ainda que os primeiros indícios não apontem para um caso de latrocínio (roubo com morte), o sindicato da categoria está em contato com a Secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade para agendar uma reunião com os órgãos de segurança. Os motoristas relatam a média de um assalto por semana, mas admitem que as vítimas não costumam comunicar os casos que envolvem poucos valores à polícia. Segundo a Brigada Militar, neste ano, ocorreram cinco roubos a taxistas.
O presidente do Sindicato dos Taxistas de Caxias do Sul, Adail Bernardo da Silva, afirma que a classe quer uma resposta das autoridades. Na noite de sábado, cerca de 70 profissionais participaram de uma carreata pelo centro da cidade. Ontem, o pai de Stefano, Roque Dorigatti, desabafou para a reportagem do Pioneiro.
– Está muito perigoso trabalhar à noite. É um problema sério. Nós não temos segurança. Eu falava para ele trabalhar só até aonde dava e ir logo para casa. Não ficar depois das 23h. Mas meu filho gostava de trabalhar de taxista e insistia. Nós dependemos daquele ponto de táxi para trabalhar. Se não estivermos lá, não conseguimos corrida – relata.
Roque dividia o táxi com o filho havia três anos. Eles ficavam no ponto da Rua Itararé, no bairro Bela Vista. Apesar dos roubos serem uma preocupação constante, o pai de Stefano acredita que a motivação do crime foi outra.
– Foram lá para matar o meu filho. Não entraram no táxi, deram mais de nove tiros no carro e não levaram nada que é dele. Esperaram tarde da noite para não ter movimento. Mas não consigo entender. O meu filho não se envolvia em confusão. Espero apenas que a polícia encontre estes criminosos – deseja.
Investigação em fase inicial
A Polícia Civil ainda procura por imagens da ação criminosa que possa ter sido flagrada por câmeras do comércio da região onde ocorreu o crime. O inquérito está com a Delegacia de Homicídios e Desaparecidos, mas a hipótese de latrocínio não está descartada. Ainda não há identificação dos dois homens que atiraram contra Stefano.
– Ainda dependemos da verificação da perícia no local do crime e da vida pregressa, se havia alguma ameaça ou divergência com a vítima. É procedimento normal de investigação – explica o delegado Rodrigo Kegler Duarte.
De acordo com testemunhas, o crime ocorreu no ponto de táxi do bairro Bela Vista, por volta da 1h40min, quando um Gol verde se aproximou do táxi e os ocupantes fizeram diversos disparos contra o veículo de Dorigatti. O taxista fugiu com o carro e foi alcançado até a Rua Angelina Michelon, quase na esquina com a Rua Sinimbu, em Lourdes, onde morreu.