Municípios da Serra que foram fortemente atingidos pela chuva e enchente de maio, serão analisados por técnicos do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Ao todo, nove cidades da região foram selecionadas entre 91 municípios gaúchos para receber o projeto. São elas: Canela, Caxias do Sul, Cotiporã, Gramado, Guaporé, Nova Petrópolis, Santa Tereza, São Valentim do Sul e Veranópolis.
Os estudos iniciaram nesse mês, com pesquisadores atuando na região. Nas cidades de Canela, Gramado e Nova Petrópolis, as análises já foram feitas. Conforme o chefe do Departamento de Gestão Territorial do SGB, Diogo Rodrigues, os técnicos estão identificando e fazendo uma descrição das áreas que possuem alto risco de registrar novos deslizamentos de terra, sofrer inundações e serem severamente atingidos em novos episódios de chuva intensa.
Segundo Rodrigues, o trabalho de campo é uma das etapas do mapeamento que está sendo realizado.
— A identificação de áreas de risco relacionadas aos movimentos de massa é feita em campo, com base nas características naturais do terreno, bem como nos indícios de instabilidade eventualmente presentes em uma determinada região, como árvores inclinadas, trincas no solo, muros embarrigados, entre outros. Já as áreas de risco associadas aos processos hidrológicos fluviais são cartografadas com base nas características morfológicas dos cursos d’água, frequência dos eventos hidrológicos e distância da ocupação em relação às drenagens fluviais – explica.
Na sequência, são elaborados os mapas das áreas de risco geológico, relatório técnico e arquivos vetoriais que contêm as principais características das áreas mapeadas. Esses documentos são disponibilizados aos municípios e ao Estado e irão integrar um banco de dados compartilhado com órgãos governamentais responsáveis pelo monitoramento e alertas de desastres. A expectativa é que os estudos sejam finalizados até 2025.
A partir do estudo, as prefeituras poderão identificar as moradias e estabelecimentos com maior risco de sofrer danos e quais áreas da cidade precisam de intervenções. Além da possibilidade de direcionar os recursos de maneira estratégica, o estudo da SGB também permitirá que as cidades participantes do projeto tenham suporte para políticas públicas de habitação e saneamento.