O trabalho desempenhado por cães para reforçar o policiamento realizado pela Brigada Militar evoluiu. Se no princípio a função do melhor amigo do homem era farejar e detectar entorpecentes escondidos, agora seu trabalho passou a ser também educativo, em visita a escolas, e também em operações de choque, como em presídios e eventos.
Há 20 anos trabalhando no canil do 12º Batalhão de Polícia Militar de Caxias do Sul (12ºBPM), o soldado Wagner da Rosa Leite acompanha a utilização dos cães para policiamento e entende que o aperfeiçoamento é parte do desenvolvimento também de quem os treina.
— Foi uma evolução do homem junto do animal. Os cães têm um potencial gigantesco que nos dão muitos frutos em treinamento e operacionalidade do canil. Fomos evoluindo como treinador, conhecendo genéticas e focando mais desde o filhote para treiná-los conforme a função que precisávamos — explicou.
Especializado em cinotecnia para manejo e treinamento dos animais, o soldado Wagner trabalha junto de outros 12 policiais, sendo que cada um deles possui seu cão. A unidade conta com uma equipe formada pelas raças pastor alemão, pastor belga malinois e rottweiler, que possuem, em média, quatro anos de idade. O canil do 12ºBPM está localizado na 3ª Companhia Especial, que também conta com a Força Tática, a Rocam e o Policiamento Montado.
A rotina começa cedo, sempre às 7h, quando o primeiro policial chega à companhia e os cães são tratados. Logo após a primeira refeição do dia, os boxes onde eles dormem são lavados e quatro deles são levados para treinamento. Divididas por três equipes, a escala de trabalho dá folgas dia sim e dia não.
— Retiramos quatro para treinamento diário, dois ficam no canil e outros dois saem para patrulha junto da viatura. No turno da tarde, trocamos por aqueles que também treinaram pela manhã — contou Leite.
Panthro o “cãopanheiro”
Com sete anos e nome inspirado no desenho animado Thundercats, Panthro serve a Brigada Militar já há cinco anos e é o orgulho do seu tutor. O soldado Wagner já teve outros três cães sob sua responsabilidade no batalhão e o mais recente, inclusive, é filho de uma delas, da cadela Kyra.
— É um cão magnífico, tem muita vontade de trabalhar. É um amigão que integra a guarnição, um companheiro que te mostra, na abordagem, situações que tu jamais vai perceber — disse Wagner.
Os recém incorporados Baruk, Luki e Zeus agora serão companheiros de Panthro no policiamento e totalizarão o grupo de 12 cães do batalhão de Caxias do Sul. Nas ruas, reforçam o policiamento e chamam a atenção principalmente das crianças.
— Chama muita atenção das crianças, um cachorro aliado a função de policial é uma coisa diferente. As pessoas acham que são agressivos que irão proteger a equipe, mas só quando for solicitado. É possível se aproximar, mas ele precisa ser desarmado e ser autorizado a receber quem se aproxima — contou.