Em reunião na quinta-feira (15) com a secretária estadual de saúde, Arita Bergmann, 33 dos 49 municípios da Macro Serra concordaram que a transição de atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS) atualmente prestados pelo Hospital Pompéia, em Caxias do Sul, para outras instituições da região deve ser de três anos. Esse é mais um capítulo nas discussões que surgiram a partir do anúncio da instituição de saúde de reduzir serviços SUS, inclusive o fechamento da maternidade. Pompeia e prefeitura concordaram em negociar uma transição, o que acontece enquanto os atendimentos estão garantidos até 31 de dezembro - com a renovação de contrato entre as duas partes.
No encontro, convocado pela 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ª CRS), os municípios e a secretária estadual também demonstraram apoio nas decisões tomadas pela prefeitura de Caxias nesta negociação. Arita Bergmann concordou com o prazo de três anos.
— Estamos aqui para dizer o que todos já disseram: as pessoas em primeiro lugar. Evidentemente que a melhor alternativa, se houver possibilidade de diálogo, é de que deem três anos para construirmos saídas para substituir o Pompéia. O senhor prefeito (Adiló Didomenico), pode contar conosco, pois tenho certeza de que nós do Estado, junto dos municípios, acharíamos as alternativas. A região não pode prescindir de todos os serviços, na integralidade daquilo que foi contratualizado — declarou a secretária estadual de saúde na reunião.
Além de apresentar dados sobre a produção do Pompéia e repasses feitos ao hospital, a prefeitura caxiense voltou a demonstrar preocupação com o que poderia acontecer na Serra, caso os serviços fossem reduzidos e o materno-infantil fechado.
— Esse hospital tem história na região que transcende as paredes do prédio, foi construído com recursos da comunidade e públicos. Por isso, contamos com o apoio dos senhores e agradecemos, porque vidas não se negocia. Estamos em um momento difícil, em que o Pompéia pede a redução de serviços, mas isso exige a anuência do Estado e o credenciamento no Governo Federal. Se fecharmos todos os serviços que o Pompéia propõe, corremos o risco de termos pessoas morrendo na porta dos hospitais — afirmou, no encontro, o prefeito Adiló Didomenico.
A reunião também contou com Diego Espíndola, secretário-executivo do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems). O órgão foi mais um a demonstrar apoio à prefeitura de Caxias.
— Nossa urgência é pela defesa da vida das pessoas. Não deixaremos Caxias do Sul sozinha nessa luta e apoiaremos o que for decidido — destacou o secretário-executivo.
O que diz o Hospital Pompéia
Em nota, o diretor administrativo do Hospital Pompéia, Fábio Camargo Etges, afirma que segue o que foi acordado entre a instituição e a prefeitura. Além disso, lembra que o atendimento integral à população continua:
— Nós do Hospital Pompéia estamos seguindo o que foi acordado entre as partes, com as reuniões técnicas, mediadas pelo Ministério Público, em busca da melhor solução para toda a comunidade da Serra Gaúcha. É importante salientar que o Pompéia mantém o atendimento integral à população. Nenhum serviço foi descontinuado ou diminuído. Nosso compromisso é, e sempre foi, com a comunidade de Caxias do Sul e da Serra Gaúcha.