O estado norte-americano da Flórida entrou em alerta nesta quarta-feira (28) com a chegada do furacão Ian. Durante a manhã, o fenômeno natural se aproximou da costa do litoral dos Estados Unidos com ventos de 250 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões, o colocando na categoria quatro (uma abaixo da mais perigosa, a cinco). A previsão é de que o Ian ganhe mais força nesta noite. A notícia preocupa os moradores locais, o que inclui a caxiense Cristina Bisol Miller, 44 anos.
— A preparação, a antecipação é muito ruim. Tu não sabe porque o furacão muda muito e eles começam com as previsões. Como mudou de direção, ficamos um pouco tranquilos. Mas, dá medo — confessa a caxiense.
A assistente veterinária, nascida em Caxias do Sul, mora há 12 anos na Flórida e está passando pelo seu segundo furacão. Em 2017, teve a experiência com o Irma. Naquele ano, ela conseguiu sair de casa. Dessa vez, com o Ian, Cristina, o marido, Jake, 44, e a irmã dela, Cláudia, 50 - que chegou domingo (25) nos EUA, estão dentro da residência.
— Ele está vindo meio parecido (com o Irma). Há dois dias, a previsão era que o olho do furacão viesse bem onde estamos. Agora, ele mudou um pouco mais para baixo, mas já estamos pegando ele, com ventos e chuva — relatou Cristina à reportagem.
A caxiense mora na região de Tampa. Na área dela, a evacuação não foi obrigatória, apesar de ter sido recomendada. Os vizinhos, que já passaram por outros furacões, tranquilizaram a gaúcha, que segue em contato com eles.
— Colocamos tapumes nas janelas. Agora, estamos trancados em casa. Ninguém pode sair — diz Cristina.
A assistente veterinária conta que a população se "apavora" bastante, o que leva a lotar mercados e alguns mantimentos ficam em falta. Cristina passou na terça (27) por um mercado, até para mostrar o cenário à irmã.
Nessa preparação, Cristina conta que as pessoas tentam primeiro abastecer os carros, em caso de necessidade, e compram em grande quantidade itens como água, pão e carne.
— Tentamos fazer muito gelo. Se a luz cair, temos a geladeira um pouco mais gelada. Também compramos comida que ficam bem fora da geladeira — explica Cristina.
Na terça, o furacão Ian atingiu Cuba, causando ventos e inundações, o que deixou o país sem energia e duas pessoas mortas.