Duas semanas após receber os primeiros atendimentos, dona Maria Luiza Donida, moradora mais velha de Nova Roma do Sul, que contraiu covid-19 aos 99 anos de idade, está recuperada. Com isolamento de 14 dias cumprido em casa, sem demandar internação, ela e seus familiares, que testaram negativo para a doença nesta segunda-feira (3), voltam às atividades, mas garantem que seguirão tomando todos o cuidados em relação ao coronavírus.
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— Ela não precisou fazer o teste, pois sem sintomas, passados os 14 dias, é considerada curada. Minha mãe, meu marido, minha filha e eu testamos negativo, mas não sabemos se já contraímos. Ainda assim, não se sabe se ela pode desenvolver a doença novamente. Por isso, voltamos ao trabalho, mas continuamos com os cuidados — afirma Graciela Zanatta, neta que mora com Maria Luiza.
Além dos familiares da casa, a irmã e sobrinha de Graciela, que também cumpriam isolamento domiciliar após terem contato com a idosa, estão liberadas nesta semana.
— Pra vó não muda muito, ela continua em casa, mas está mais aliviada porque a gente pôde voltar ao trabalho — comenta a neta.
"Recuperada, porém não imune"
Dona Maria Luiza foi levada para atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Nova Roma do Sul no dia 20 de julho, ao sentir falta de ar, sintoma comum entre pacientes que desenvolvem a covid-19, a partir do contágio por coronavírus. A partir de então, ela e toda família foram orientados a permanecer em isolamento.
No mesmo dia, a idosa, que completa 100 anos em dezembro e integra um dos principais grupos de risco para a covid-19, teve quadro de saúde estabilizado, retornando para casa onde cumpriu o restante do isolamento. Na quarta-feira, 22 de julho, quando seu diagnóstico para covid-19 foi oficializado pelo resultado laboratorial, os sintomas já estavam desaparecendo. Em entrevista concedida no dia 30, ela disse que não apresentava mais nenhum sintoma.
A evolução atípica para casos da doença em relação aos idosos surpreende até mesmo profissionais da Saúde, como a enfermeira Camila Colombo, que atua na Estratégia de Saúde da Família de Nova Roma do Sul e já acompanhava dona Maria Luiza em procedimentos de rotina.
— Ela veio em estado mais grave no dia do atendimento e depois foi melhorando. Mesmo com os fatores de risco que apresenta, desenvolveu a doença brandamente. Agora ela é considerada recuperada, porém ainda não temos estudos que comprovem que esteja imune, por isso os cuidados devem ser mantidos — afirma Camila.