Para quem vive da terra, o clima é um aliado ou um obstáculo a temer. O frio, para quem vive em Caxias do Sul, já parece nem ser mais sentido da mesma maneira, porque já faz parte da rotina de quem acorda de madrugada para vender o que produz. Seja em fruteiras ou na Feira Ecológica, faça chuva ou sol, os produtores estão à espera de clientes com frutas, verduras e legumes cultivados em suas propriedades para chegar às casas dos consumidores. No Dia do Colono, celebrado nesta sábado (25), não seria diferente. Os termômetros marcavam seis graus por volta das 11h na cidade. Com o vento gelado, poucas pessoas circulavam pela Praça das Feiras
Entre as produtoras mais antigas da feira deste sábado estava Maria de Lourdes Viera, 59 anos. A reportagem perguntou: "a senhora comemora o Dia do Colono ou do Agricultor, que é no dia 28 de julho?". Ela respondeu:
- Eu comemoro os dois! Para mim é a mesma coisa.
Ela acordou por volta das 3h para vir de Feliz a Caxias do Sul vender o que produz.
- Participo da Feira Ecológica há 16 anos. Hoje acordei mais cedo, mas no dia a dia acordo um pouco antes das 6h, me visto, tomo um chimarrão e vou para a plantação. Às vezes mais tarde vou na fruteira entregar produtos. A rotina é a mesma: muito trabalho, ver o que plantar e o que colher, mas tudo feito com amor - conta, ao mostrar um dos tomates que produz.
Para Eduardo José Schmitz, 53, natural de Bom Princípio, não importa ser colono ou agricultor:
- Sou colono, agricultor, mas quem vive da terra é colono. Me crie no campo. Perdi meu pai com 16 anos, estudava e trabalhava muito. Com 24 anos precisei parar um pouco porque tive convulsões em função do estresse do trabalho pesado. Melhorei e voltei a produzir, mas sem adubo, só produtos ecológicos. É um desafio, mas a garantia de alimentos saudáveis na mesa de quem compra o que produzimos.
Rejane Beatriz Gottshalk, 63, é de Nova Petrópolis. Para ela não tem melhor jeito de comemorar a data do que trabalhando:
- Nasci e me criei no campo. Quando a gente faz com amor nada é difícil.
Flávio Andreola, 55, também de Nova Petrópolis, ficou um tempo longe do campo, mas não consegue ficar longe das raízes:
- Eu nasci, cresci e vivi minha vida na lida, no campo, plantando e colhendo. Fique um tempo afastado, fiz outras coisa, mas voltei. Sou feliz.
Se a rotina é pesada?
- Fazemos com gosto.
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