Em decorrência da pandemia de coronavírus, a Universidade de Caxias do Sul (UCS) optou por antecipar a formatura de 45 alunos de medicina para esta sexta-feira (24). Conforme a instituição, a solenidade estava prevista para julho. No entanto, os estudantes já tinham a carga horária exigida pelo curso, de 9.090 horas-aula, o que possibilitou a realização do evento nesta tarde, no UCS Teatro.
— Nós temos certeza que eles tiveram uma formação em nível de excelência, por conta de todo corpo docente qualificado que acompanhou esta formação e por todas as condições de infraestrutura que a Universidade tem para contribuir com a formação de excelência — defende a pró-reitora da UCS, Nilda Stecanela.
A intenção da UCS é fazer com que os agora médicos estejam à disposição para ajudar a combater a pandemia. Até esta sexta-feira, segundo o Ministério da Saúde, a covid-19 já causou 3.670 óbitos no Brasil.
— Acredito que a Universidade formando mais 45 médicos, de alguma forma, contribui. A ideia da UCS, quando coloca esses médicos no mercado, é que eles possam exercer também a sua cidadania e esse, na nossa opinião, é o melhor momento para isso — explica a coordenadora do curso de Medicina, professora Ana Paula Agostini.
No entanto, esta solenidade foi bem diferente daquela planejada pelos estudantes quando entram na graduação. Sem a presença de familiares e amigos, ela ocorreu na modalidade gabinete. No entanto, foi transmitida ao vivo para que pessoas importantes na vida dos formandos pudessem participar deste momento especial.
— É uma situação diferente estarmos nos formando em meio a pandemia, mas a gente precisa olhar para fora, e perceber que pessoas precisam ser ajudadas agora. E não importa a festa neste momento, não importa comemorarmos do jeito que não dá, vamos comemorar como é possível — expõe a formanda Natália Ferrarini, 26 anos.
Natália também defende que, neste momento, o mais importante é que todos percebam a importância da solidariedade e sejam menos egoístas. Afinal, muitas pessoas estão sofrendo com o coronavírus:
— Esse é um momento de exercitarmos a nossa empatia e percebermos que não somos o centro das atenções do mundo. Seria muito importante para nós, abraçarmos todos os que torceram por nós, mas, em meio a pandemia, com tantas pessoas se cuidando, ficando doentes e hospitalizando, a gente tem que olhar para o mundo. Eu não me sinto confortável de estar reclamando por não ter a comemoração do jeito que eu queria, porque tem muitas pessoas que precisam de ajuda agora. E é isso que faz parte de ser médico, conseguir olhar para o outro e auxiliar na dor dele também.
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