A Universidade de Caxias do Sul (UCS) estuda restringir a circulação de veículos no campus durante as madrugadas e fins de semana. A medida ainda é discutida pela reitoria da instituição e não tem data para entrar em vigor, mas é apontada como uma forma de proteger o patrimônio e melhorar a segurança de quem circula pela área.
Conforme o reitor, professor Evaldo Kuiava, cerca de cinco mil pessoas circulam todos os fins de semana pelo zoológico e pelo aquário, entre outras áreas do campus. Dessa forma, a restrição de veículos permitiria um melhor aproveitamento da área para o lazer. Em entrevista ao programa Gaúcha Hoje, da Gaúcha Serra, Kuiava disse ainda que os estudos contemplam a implantação de ciclovias.
— Buscamos é dar segurança para todos que transitam dentro do campus. O projeto da universidade não é restringir o acesso da comunidade. O campus é todo aberto e isso dificulta nós darmos segurança a todos. O projeto é para acolher melhor, para que as pessoas possam se sentir mais seguras dentro do campus — defende.
De acordo com o reitor, a intenção é baixar as cancelas todos os dias às 23h e abrir às 5h. Os estudos preliminares também preveem a possibilidade de implantação de sentido único de trânsito. O estacionamento, porém, deve continuar a ser gratuito, exceto em um prédio garagem que a instituição pretende construir. A estrutura terá entre seis e oito andares e ficará no espaço do atual terminal rodoviário. A área do entorno do zoológico também deve receber melhorias para se tornar um espaço de convívio dentro de um projeto de melhoria da estrutura de atendimento veterinário.
A UCS já fecha três portões à noite a fim de restringir a circulação de pessoas. Na época da implantação, a medida chegou a ser questionada na Justiça, mas a instituição obteve decisão favorável em duas instâncias.
— Todas as universidades do Estado são cercadas, parques e praças e até mesmo igrejas também são. Não queremos deixar todo o espaço aberto porque isso implica segurança. Tivemos problemas no ano passado e retrasado e reforçamos a segurança. Também estamos instalando mais de 400 câmeras no campus — observa o reitor.
Kuiava falou ainda a respeito de duas ações judiciais movidas pela prefeitura de Caxias do Sul que cobrava R$ 26 milhões da UCS sob a alegação de que havia impostos não pagos. De acordo com o reitor, a instituição conseguiu suspender os efeitos dos processos até que haja uma decisão final.
— A prefeitura faz parte do Conselho Diretor, é uma das donas da universidade, assim como o governo do Estado, então era uma incoerência, uma compreensão de um ou dois gestores, mas que tinham o poder de cobrar da universidade e judicializar — reclamou.
Pesquisas com grafeno
Em 2020, a UCS pretende ampliar de 500 quilos para cinco toneladas a quantidade de grafeno produzida na planta da instituição. As pesquisas começaram há quatro anos e a universidade é a única da América Latina a desenvolver ações na área.
O grafeno é um material flexível, resistente e excelente condutor de energia, o que permite aplicações em vários campos da indústria, inclusive com redução de custo. O material pode ser usado, por exemplo, na fabricação de baterias, polímeros e medicamento. Na UCS, as pesquisas apostam no desenvolvimento de coletes balísticos e capacetes.
— O grafeno é um produto que pode ajudar a indústria da região e do mundo — aposta Kuiava.
Uma visita do presidente Jair Bolsonaro é esperada para março na planta de produção de grafeno da universidade. A instituição já enviou o convite ao Palácio do Planalto e aguarda confirmação. Bolsonaro é entusiasta das pesquisas de novos materiais, como grafeno.