Pela primeira vez, a prefeitura de Caxias do Sul admitiu que está discutindo com a iniciativa privada a situação do pórtico de acesso ao bairro Ana Rech. Está agendada para quinta-feira, às 8h, uma reunião entre representantes da Marcopolo e das secretarias de Obras e Serviços Públicos e de Trânsito, Transportes e Mobilidade para tratar sobre o assunto. Em um contato anterior, feito em setembro, o secretário de Obras, Leandro Pavan, fez uma proposta à empresa para que o município entre com os materiais necessários para a reforma e que a empresa pague a mão de obra pelo serviço.
O pórtico erguido na década de 1990 pertence ao município. Sem manutenção, a estrutura se deteriora a cada dia. Várias partes já caíram e outras podem cair a qualquer momento. No ano passado, a Marcopolo procurou a Secretaria de Obras para uma parceria. Mas, não houve acordo, o tempo foi passando e a situação do pórtico piorando sem qualquer solução.
No final de setembro, o vereador Ricardo Daneluz (PDT) enviou sete perguntas ao Executivo sobre a questão, entre elas, qual a responsabilidade do município, diante da situação de precariedade da estrutura; se há responsável técnico pela construção; a quem cabe a manutenção do pórtico – prefeitura, Marcopolo ou Sociedade Amigos de Ana Rech (Samar); se será construído um novo pórtico, qual o valor do investimento e origem dos recursos; e se a Avenida Rio Branco será duplicada no local. Nesta terça, a Secretaria de Planejamento do município encaminhou documento em resposta dizendo que não foi encontrado documento que comprove a responsabilidade sobre a estrutura nem responsável técnico que tenha assinado projeto da obra. Que não há projeto para construção de um novo pórtico e que existiria sim um projeto para ampliação da Avenida Rio Branco naquele trecho, que estaria na Secretaria de Trânsito, Transporte e Mobilidade.
À reportagem, o secretário de Trânsito, Cristiano de Abreu Soares, afirmou, nesta terça, que o projeto que foi encaminhado à Câmara é de 2008 e, na verdade, se trata de um esboço ou desenho de como ficaria o traçado da avenida caso fosse feita a ampliação da pista no sentido de quem entra no bairro, já que a faixa de saída da comunidade já é dupla.
Soares reforçou que as outras etapas que compõem um projeto, como orçamento e cronograma de execução não existem e que não há previsão a médio prazo para que esse projeto seja concluído e para que essa obra seja executada.
– É um estudo, um desenho, mas não é um projeto executivo. Não se tem recurso para isso, nem data prevista – disse o secretário.
Daneluz considerou desrespeitoso com a comunidade o retorno dado pelo Executivo.
– O que responderam (prefeitura) não condiz com o que perguntamos. Na verdade, tenta (município) se furtar da responsabilidade que tem sobre essa questão. Quem está correndo risco são as pessoas que passam ali por baixo porque a estrutura está caindo. Então, teria que se tomar uma posição de liderar um movimento ou faz ou desmancha ou remodela – ponderou o vereador.