O período para regularização dos motoristas de aplicativos em Caxias do Sul não será prorrogado após o fim do prazo, em 28 de junho. A garantia é da Secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade, que abriu o cadastramento individual em dezembro, após alterações na legislação municipal.
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Apesar do prazo já estar correndo há três meses, apenas três motoristas realizaram o cadastro individual junto ao município. Outros 13, que atuam pelo aplicativo Meu Motorista também foram regularizados pela própria plataforma. As empresas Unic e In9 também operam de forma legalizada, mas os condutores parceiros ainda não integram a base de dados da secretaria.
A baixa adesão dos motoristas de aplicativo às regras previstas em lei levaram os taxistas a paralisar as operações nesta segunda-feira (1º). A ação começou às 5h e segue até as 17h. Na rodoviária de Caxias do Sul, até mesmo o acesso à área de embarque e desembarque estava fechada. Por volta das 7h, a montadora Márcia Marcon, 36 anos, aguardava em vão por um carro após desembarcar na cidade. Ela é moradora de São Marcos e tinha como destino a agência do INSS, em Caxias.
— Justo hoje. E eu não sei chamar os carros de aplicativos — lamentou.
Conforme o presidente do Sindicato dos Taxistas, Adail Bernardo da Silva, o número de passageiros de táxis caiu 70% desde a chegada dos aplicativos. No entanto, para operar dentro da lei, a categoria precisa arcar com custos que a maior parte dos motoristas de aplicativo não têm por operarem de forma irregular.
— Muitas pessoas não sabem, mas hoje você pega um aplicativo e muitas vezes nem seguro tem. Nós precisamos de um seguro de R$ 5 mil por passageiro. Estamos fazendo esse protesto para alertar que, quando chegar junho, não se dê mais prazo — defende Silva.
O secretário de Trânsito, Cristiano de Abreu Soares, disse que as demandas dos taxistas sempre foram atendidas e que a não prorrogação do prazo também é um pedido de aplicativos que se adequaram à lei. Ele destacou, no entanto, que considera um equívoco a manifestação neste momento, já que ainda há prazo de três meses para cadastramento. Soares garantiu, no entanto, que os motoristas de aplicativos terão que cumprir a lei.
— Entendo o pleito deles, até porque perderam grande parte dos passageiros. É do direito de livre expressão. Não há nenhuma hipótese de prorrogação do prazo. A partir da finalização do cadastro vai começar a fiscalização.