O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou na noite desta quinta-feira (11), em Cambará do Sul, a confirmação da concessão dos parques da Serra. Acompanhado do governador Eduardo Leite (PSDB) e de uma comitiva do ministério, ele fez a declaração em um encontro com com representantes de prefeituras da região, deputados e senadores gaúchos e apresentou detalhes dos modelos de concessão. O anúncio entusiasmou os presentes que aplaudiram a declaração por quase um minuto.
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O ministro também destacou que o modelo de concessão que será aplicado nos parques da Serra deve servir para os 20 que serão lançados neste ano em todo país.
— Fiquei impressionado com a beleza natural dos parques de Canela e São Francisco de Paula, com a possibilidade que nós teremos aqui um grande potencial a ser explorado. Em São Chico, um parque estruturado com construções históricas que poderão ser revitalizadas e convertidas, por exemplo, em hotel, restaurante. Canela tem uma vantagem que está muito próximo da cidade e isso ajuda o fluxo de turistas. São dinâmicas diferentes — explicou o ministro.
Ele também não descarta a interferência de operadores internacionais para administrar, inclusive, todo grupo de parques da Serra.
— Há uma indicação de que operadores internacionais poderiam se interessar no modelo brasileiro de concessões. Para isso, é preciso haver alguma escala, conversa. Neste caso, temos três parques relativamente próximos, e estes poderiam até contemplar um grande operador internacional de ecoturismo e estruturar, junto de operadores nacionais, uma proposta para estes três parques, afirmou.
"Potencial que precisa ser bem explorado"
A quinta-feira foi dedicada à equipe do ministério do Meio Ambiente conhecer duas das quatro atrações gaúchas. Ele visitou a Floresta Nacional de Canela e a Floresta Nacional de São Francisco de Paula. Na sexta, visitará os dois parques de Cambará, o Serra Geral e o Aparados da Serra. Junto ao ministro e se mostrando entusiasmado com a possibilidade de concessão, o governador admitiu que as parcerias podem beneficiar também a estrada de acesso ao Aparados da Serra, onde fica o cânion Itaimbezinho — trata-se da ERS-427 — que está em mau estado de conservação.
— A questão das estradas está entre as alternativas que estamos buscando construir. O acesso é fundamental, nós sabemos, e estamos buscando alternativas para buscar investimentos que viabilizem o acesso rodoviário também a estes parques. Quem sabe parcerias com o setor privado podem viabilizar investimentos neste caso — informou o governador.
O ministro chegou na Floresta Nacional de Canela antes do meio-dia e ficou pouco mais de 1 hora explorando o parque ao conhecer corredeiras, trilhas internas da floresta e papo rápido com servidores. Percorreu 2,5 quilômetros de terno, gravata e sapato e surpreendeu-se, principalmente, com a cascata de uma das trilhas.
Na saída do passeio, conversou rapidamente com a imprensa e se limitou a destacar a importância do turismo ambiental para que a região cresça economicamente. Também respondeu a uma pergunta referente a um processo de ocupação indígena no parque, registrado no ano passado. Na época, cerca de 30 índios Kaingangues ocuparam uma área na floresta e reivindicaram uma área de terras pacificamente. Questionado pela reportagem sobre o impasse com a tribo indígena, o ministro se deteve a afirmar que será obedecida a decisão que a Justiça emitir.
— É um local lindíssimo, com potencial da área para exploração turística. Nosso esforço será conhecer as áreas e todo potencial. Tem locais para hospedagem e serviços que podem gerar emprego e mais desenvolvimento — exemplificou.
Após o passeio, ele almoçou com empresários do trade turístico responsáveis por atrações de parques como Mundo a Vapor, teleféricos do Parque do Caracol e outros segmentos.
— Ele não nos garantiu data, mas assegurou que algo muito grande vai acontecer e o quanto antes — disse o secretário de Turismo, Ângelo Saches.
A expectativa para Canela é que a visitação na floresta se assemelhe ao Parque do Caracol, que reúne mais de 460 mil turistas anualmente. A floresta, atualmente, recebe pouco mais de 5 mil visitantes.
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