Em tempos de violência crescente e distanciamento entre vizinhos, os moradores do bairro Cinquentenário se apropriaram da tecnologia para se defender de criminosos e, ao mesmo tempo, integrar famílias da comunidade. Essa união foi fundamental para o projeto de reforma da Praça Francisco Maldonado Rodrigues, na frente da Igreja de Santo Antônio, que será apresentado neste sábado, às 14h, com a inauguração de câmeras de monitoramento 24h e de um ponto de internet gratuita.
Leia mais:
Assaltos a postos de combustíveis crescem 139% em Caxias do Sul
Mais de 20 roubos e furtos neste ano assustam comerciantes da Rua Jacob Luchesi, em Caxias
Polícia Civil prende homem que matou vizinho por causa de pedras na rua, em Caxias do Sul
Brigada Militar prende foragidos durante operação em Caxias do Sul
A solenidade é uma oportunidade para os moradores conhecerem melhor o projeto Cinquentenário em Alerta. A inciativa, idealizada por cidadãos que estavam cansados da insegurança na comunidade, consiste no monitoramento em tempo real das ruas por meio de grupos no WhatsApp, segundo o coordenador do projeto, Eduardo Soares Rodrigues. Funciona mais ou menos como as conversas entre vizinhos de antigamente, que ocorriam na porta ou janela de casa. Só que hoje, esse bate-papo se transferiu para o aplicativo no celular.
– Qualquer ameaça ou risco que ocorre nas ruas do bairro, nós teremos conhecimento. Por exemplo, um carro suspeito e andando devagar observando as casas. Os moradores já postam no grupo e imediatamente no grupo e, se possível, com a placa. Com isso, nós já vamos ver se ele foi roubado. Todo mundo fica de olho.
Para se cadastrar, cada família responde a uma pesquisa sobre segurança. Assim, foi possível entender quem já havia sofrido com a violência, a área mais crítica no bairro e quantas empresas de monitoramento atuam na região. Há uma grande interação com a Brigada Militar, já que os soldados responsáveis pelo policiamento comunitário participam dos grupos.
– O projeto facilitou a nossa atuação porque conseguimos atuar não no problema, mas na causa das ocorrências – relata o capitão Marcelo Constante, comandante da 2ª Companhia da Brigada Militar.
Apesar de não ter como apresentar números de crimes no Cinquentenário na sexta-feira, o oficial diz que o atuação da comunidade aumentou a sensação de segurança. Na prática, as famílias buscaram um meio de proteção conjunta e conseguiram resgatar o espírito comunitário que havia se perdido ao longo do tempo. Ou seja, entenderam que a segurança também depende de quem está ao lado.