Lavar as mãos mais de uma vez por turno, aplicar álcool gel no início de cada aula, deixar os ambientes bastante ventilados. Em alguns casos, até orientar que aluno não beije mais o professor na entrada da escola - rápida troca de carinho comum no convívio escolar. Estas iniciativas são tomadas diariamente em escolas das redes municipal, estadual e privada de Caxias do Sul, em uma tentativa de prevenir-se da gripe A, que já soma três casos em dois colégios estaduais do município. Além do registro de dois alunos na Escola Estadual de Ensino Médio Olga Maria Kayser, no bairro Kayser, há também a confirmação do caso de uma aluna de 13 anos na Escola Estadual de Ensino Médio São Caetano.
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– Não existe necessidade de deixar de mandar os filhos para a aula. São casos isolados e as escolas estão preocupadas com a prevenção – afirma a assessora pedagógica da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE), Marivane Carvalho da Rosa.
Cada instituição adota uma postura referente aos cuidados. É preciso alertar, no entanto, que não há nenhuma epidemia e que os estudantes infectados pelo H1N1 em Caxias passam bem. Por isso, o foco é na prevenção. Pais e alunos da rede La Salle receberam material informativo explicando mudanças no dia a dia da instituição: a limpeza foi reforçada, os ambientes com ar-condicionado ficam abertos, visando a ventilação, e a recomendação de temporariamente, evitar aperto de mãos, abraços e beijo social.
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– Ficamos de olho nos sintomas e na diferenciação do que é gripe, resfriado ou H1N1. Entregamos orientações impressas aos pais, espalhados pelo colégio e no site – explica a supervisora educativa Margarete Camassola.
A coordenadora da Escola Infantil Municipal Carinha de Anjo, Mara Ione Pereira da Silva, identificou mudança no comportamento dos pais. Estão mais preocupados e atentos, e buscando informações sobre prevenção e tratamento.
– Qualquer febre que nós sentimos, já encaminhamos ele para o postinho de saúde, e pedimos que a criança se trate em casa. Não há mais resistência dos pais em deixar os pequenos uns dias distantes da escola –afirma.
Rede privada está sem doses
Enquanto as Unidades Básicas de Saúde (UBS) ainda disponibilizam doses para grupos prioritários, a situação na na rede privada é complicada, já que nenhum laboratório conta com estoque. A situação preocupa principalmente pais de crianças que têm acima de seis anos e estão fora do grupo de risco. Pela primeira vez, o pequeno Henrique de Lucena Provin, seis anos, não foi vacinado, o que virou preocupação para a mãe, a jornalista Fabiana de Lucena.
– No próximo ano, vamos nos antecipar e procurar em janeiro, por exemplo, para não correr esse risco– prevê.
A falta de doses na rede privada é o resultado de pouca fabricação por parte de fornecedores e da alta procura do público. No ano passado, a Unimed Nordeste adquiriu cerca de duas mil doses a mais, ultrapassando as 15 mil unidades. Para este ano, não chegarão mais doses.
– E no ano passado tivemos tão pouca procura que sobraram muitas doses –exemplifica a analista administrativa Adriana Reis.