Combater a dengue é um trabalho de todos, e, em Caxias do Sul, está crescendo o engajamento de entidades e empresas, que procuram a Secretaria Municipal da Saúde em busca de materiais e orientação. Paradoxalmente, os agentes de combate a endemias da Vigilância Ambiental estão enfrentando resistência na visita a residências, principalmente em bairros da área central. A alegação, ali, é de que não existe mosquito, por isso a verificação seria desnecessária.
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- Se, de dez casas, conseguimos entrar em seis e em quatro não, nosso trabalho está totalmente prejudicado. Não temos como dizer, por exemplo, que no bairro de Lourdes não tem o mosquito da dengue, pela falta de entrada nossa lá. A gente tem, sim, como dizer naqueles em que conseguimos entrar - desabafa o gerente da Vigilância Ambiental do município, Julinho Santini.
Embora já tenham sido visitadas 11,7 mil residências desde o início da força-tarefa de combate ao mosquito transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya, em janeiro, os agentes de combate a endemias depararam com um índice de recusa bem maior do que os 10% esperados. Na área central e em bairros como Panazzollo, Pio X, Cristo Redentor, Exposição, Lourdes e Petrópolis, a recusa é de quase 50%.
Em alguns deles, a recusa ocorreu mesmo com a presença do Exército, que na semana passada participou de uma operação especial contra o Aedes. Por outro lado, bairros como Cânyon, Reolon, Santa Fé, Mariani, Euzébio Beltrão de Queiróz, Primeiro de Maio e São Vicente se mostraram receptivos à campanha.
- Ainda estamos em uma situação confortável, com apenas três casos (de dengue) importados e nenhum autóctone, mas se em outras ocasiões se tinha locais específicos como focos do mosquito, agora eles estão distribuídos por várias áreas da cidade, por isso é necessária a ação de todos - salienta a secretária municipal da Saúde, Dilma Tessari.
Ela acrescenta que todas as denúncias de locais com água parada são bem-vindas. Até agora, já foram cerca de mil ligações, em média 50 ao dia, e mais de 750 já foram verificadas. As restantes, feitas nos últimos dias, serão conferidas em breve.
Da mesma forma, além das cerca de 260 visitas diárias feitas pelos agentes de endemias, todas as 540 armadilhas para o mosquito espalhadas pela cidade são verificadas semanalmente. Profissionais como agentes de saúde e visitadoras do PIM (programa Primeira Infância Melhor) também são instruídos a ter um olhar para possíveis focos do Aedes.
Saúde
Prevenção à dengue enfrenta resistência em Caxias
Agentes já vistoriaram 11,7 mil residências desde janeiro, mas em alguns bairros índice de recusa chega a 50%
Maristela Scheuer Deves
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