"O que você pretende fazer com todas essas espigas de milho?", perguntou ela assim, de cara, sem mais, também sem menos. "Hãn?", respondi eu, perplexo, empurrando o carrinho por entre as gôndolas. "Hãn", obviamente, não é resposta que se dê a ninguém, muito menos à esposa quando ela faz uma pergunta direta. Ainda mais sobre espigas de milho. Depois de meu estupidificado "hãn?", ela ficou parada defronte ao carrinho, os braços arqueados na cintura, me olhando fixamente, a cabeça meio inclinada para o lado, aguardando resposta mais convincente. Essa postura dela normalmente indica o florescer de leve descontentamento. Comigo. Melhor pensar rápido. Sempre. Mas nem sempre dá.
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