A vendedora Josmari Bortolozzo, 44 anos, viaja 115 quilômetros toda a semana para fazer o tratamento de quimioterapia na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) do Hospital Geral (HG), via Sistema Único de Saúde (SUS).
Tem uma filha de sete anos, e isso vale qualquer sacrifício para ter a chance de vê-la crescer e se formar veterinária - ela adora cavalos. A longa viagem é compensada pelo atendimento personalizado que recebe ao chegar no setor de quimioterapia da Unacon.
- Sou tratada com carinho, respeito, profissionalismo. Todos da equipe são ótimos.
Josmari tem razão. O ambiente é calmo, sereno e a higiene, impecável.
Inaugurada há pouco mais de um ano, a Unacon era uma reivindicação antiga - foram cinco anos para o projeto ser finalizado. Valeu a pena. Atualmente, a unidade conta com estrutura qualificada, que atende a 35 municípios da região, média de 110 pessoas por dia. É comum ouvir pacientes elogiando o atendimento nas salas de espera.
A costureira Liane Braun, 45, que viaja de Picada Café diariamente para o tratamento de radioterapia, é uma delas:
- Estou impressionada com a qualidade do serviço.
Cerca de 50 profissionais - desses, 16 são médicos - se esmeram para atender aos serviços em seis áreas: oncologia e hematologia adulto e pediátrica, quimioterapia, hormonioterapia, cirurgia e radioterapia.
O maior benefício para os caxienses foi o serviço de radioterapia. Até agosto do ano passado, os pacientes com câncer precisavam se deslocar até a capital, Lajeado ou Bento Gonçalves para as sessões diárias de rádio. Hoje, em menos de 40 minutos são atendidos e liberados. Mais comodidade, menos transtornos e despesa. E mais: acabaram as filas de espera.
Enquanto recebe a medicação na poltrona do setor de quimioterapia, Josmari conta que descobriu o câncer de mama em dezembro de 2013, quando a doença já tinha tomado parte do fígado. Ela tentou seguir as orientações de prevenção. Fez a mamografia sete meses antes, em março. Nada de anormal no resultado.
Quando foi investigar as dores do lado direito do abdome, o câncer já estava no fígado e, hoje, atinge parte da coluna cervical. O nódulo foi retirado, mas ficou a metástase, que tenta controlar e reduzir com as quimios. Fez 18 ciclos, já ficou careca e não sabe quantos ainda terá que fazer.
- Não importa, desde que fique curada.
O que mudou na vida de Josmari a partir da descoberta do câncer? Tudo.
- Só pensava no trabalho, na casa. Hoje, quero viver. Por mim, pela família, pela filha, pelos amigos. Tenho muito a fazer nesta vida. Preciso viver muito.
A história de Josmari deixa um alerta. Faça o autoexame e procure bons profissionais. Sejam médicos ou técnicos em exames. Eles são fundamentais para conquistar a cura.
Outubro rosa
Saiba como é o atendimento aos pacientes com câncer pelo SUS em Caxias
O Unacon, no Hospital Geral, e o Incan, no Pompéia, são referências
Ivanete Marzzaro
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