Semanalmente, a reportagem lançará a opinião de homens e mulheres de diversos segmentos para estimular o debate antiviolência em Caxias do Sul. A série de matérias será veiculada no período que compreende a Semana da Paz, comemorada em setembro, e a Semana da Justiça Restaurativa, prevista para metade de novembro. Ao final, os participantes e outros convidados serão desafiados a discutir o tema num encontro aberto ao público.
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Nesta reportagem, lideranças com envolvimento comunitário mostram como pretendem contribuir e instigar o processo de paz nos bairros. Essa mobilização é importante porque comunidades parecem abatidas pela violência, e depositam as esperanças de paz e segurança em mais policiamento na rua e leis mais rígidas. A preferência da população pela resposta armada pode dar certo durante um tempo, e quem sabe espantar ladrões e traficantes para longe do bairro. Mas quem impedirá a migração para o crime dos jovens hoje desassistidos pelo Estado e pela família?
Lideranças apontam como pretendem se engajar contra a violência em Caxias
Pais e autoridades podem não ser os únicos responsáveis. Se a primeira atitude contra a violência vem de berço, a reação também depende do vizinho ao lado, do presidente da associação de moradores e de tantos outros setores de uma comunidade que se preze como vigilante. Não se trata de estimular corpo a corpo contra traficantes e homicidas, mas vai além de passeatas com camisetas brancas. É engajamento, resistência e interesse com o próximo, algo raro apesar da violência galopante.
Os três assassinatos na rótula do bairro São Leopoldo, no intervalo de 60 dias, são emblemáticos justamente pela falta de comoção. Alguns moradores se posicionaram contra a carnificina numa área pública. Foi pouco. O policiamento reforçado naquela região, prometido pela BM, é solução temporária que não arranca a raiz do problema.
Ensinar e mobilizar comunidades inteiras contra a violência não seria audacioso demais. A cidade tem até programa público definido e várias ONGs com propostas nas ruas. A articulação é que precisa ser aprimorada, reconhecem os próprios integrantes. Levantamento aponta mais de 200 instituições com alguma finalidade social em Caxias. Por outro lado, a dificuldade é mobilizar donas de casa, comerciantes, jovens, trabalhadores e demais cidadãos para compartilhar a responsabilidade por uma Caxias menos violenta.
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Pela paz
Comunidades podem e precisam intervir na violência de Caxias do Sul
Série de reportagens abordará ideias para reduzir conflitos e crimes na cidade
Adriano Duarte
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