Gilberto Blume: entrei em três farmácias e constatei diferença de 39,6% no preço do mesmíssimo remédio

Pesquisar antes de fechar qualquer negócio já é regra, não é mais somente recomendação.

Todos sabemos, em tempos bicudos de cintos apertados investir um pouco de tempo pode fazer grande diferença no bolso.

Já abordei aqui em outros tempos a inacreditável diferença de preços de remédios e perfumaria.

Peço licença para voltar ao assunto com a pretensão de empurrar os 17 leitores da coluna à pesquisa. Recomendo pesquisar tudo, de preço de carro à blusa de tricô. Aqui focarei o preço dos remédios.

Em Caxias a pesquisa é naturalmente facilitada devido à inacreditável concentração de farmácias por metro quadrado. Há trechos da cidade em que as vitrines de farmácias predominam sobre qualquer outro tipo de comércio. Conclui-se, pois, que só há tantas farmácias porque o negócio é altamente rentável. E o negócio só é rentável porque nós estamos nos entupimos de remédios (aí não vai qualquer crítica, é só uma constatação doentia).

À pesquisa, então.

Entrei em três farmácias vizinhas uma da outra para verificar o preço de um remédio.
Detalhe, as três farmácias pertencem a redes diferentes e poderosas, com diversas unidades espalhadas pela cidade. Em outra leitura, as três redes atraem grande parcela dos consumidores.

O resultado da pesquisa.

Na primeira farmácia o preço era de R$ 218.
Na segunda, R$ 243.
Na terceira, R$ 174.
A diferença entra o maio e o menor valor é de R$ 69.
Uma diferença de R$ 69 para o mesmo produto, combinemos, é grande, representativa, abusiva.
Em percentuais, a diferença é de 39,6% - sem mais comentários.

Quando pesquisamos o preço de artigos similares tendemos a comprar no estabelecimento que oferece melhor preço. Nossa bateção de pernas atrás de preço pode influenciar para melhor nos preços gerais. O estabelecimento que vive às moscas e vê o concorrente sempre em movimento terá de adotar alguma medida. E uma das medidas pode ser justamente oferecer preços melhores. Pesquisar é mais uma variante da lei da oferta e da procura, regra cuja aplicação mais justa depende, basicamente, do consumidor.