Os transtornos do trânsito não são exclusividade da área central. Com ou sem obras, o Centro sempre será palco de conflitos. O motivo, óbvio, é porque o Centro é o funil, o ímã que atrai multidões. No entorno da área central, contudo, há problemas tão ou mais graves à espera de fiscalização e de condutores mais conscientes.
Não poderia ser diferente. Os condutores que protagonizam barbaridades nos bairros são os mesmos que se arvoram donos do Centro. Os abusados e os abusos só mudam de endereço.
Nessa linha, estacionar na Marechal Floriano e provocar tranqueiras do inferno tem visibilidade porque a inconsequência acontece no Centro. Fosse na periferia, o ibope seria, e é, muito menos expressivo.
Um exemplo: de segunda a sexta, geralmente a partir das 11h, uma calçada da Praça dos Tiroleses é tomada de carros. Os condutores param sobre a calçada porque há placas de proibido estacionar. Ora, se é proibido estacionar na rua, estacionemos sobre a calçada, correto? O pedestre? Bem, o pedestre...
Um pouco de geografia: a Praça dos Tiroleses é o endereço da Casa de Pedra, e a rua em questão é a ruela que margeia a pracinha. No comecinho da praça há uma agência da Caixa. Por isso a calçada vira estacionamento: são clientes indo ao banco. Alguns abusados mantêm o pisca alerto acionado, como se manter o pisca piscando justificasse estacionar na calçada.
Outro exemplo: uma calçada do início da Jacó Brunetta também virou estacionamento. Detalhe: nesse ponto os carros estacionam na diagonal, ocupando toda a calçada, sem deixar brecha alguma para o pedestre.
Um dos agravantes vindos junto com os excessos é a intolerância. Arrisque, faça o teste, experimente alertar o condutor abusado de que há um enorme equívoco em andamento. Eu não digo mais nada, pois o resultado costuma ser a materialização da Terceira Lei de Newton (Ação e Reação).
Antevejo que dia desses alguém saque o tacape do porta-luvas e vá às vias de fato.
O atendentes do trânsito (telefone 118) costumam ser atenciosos e simpáticos.
Atenção e simpatia, porém, infelizmente ainda não substituem a presença do fiscal munido do bloquinho de multas.
Opinião
Gilberto Blume: atenção e simpatia ao telefone ainda não subtituem o fiscal de trânsito munido de bloquinho
Os condutores que protagonizam barbaridades nos bairros são os mesmos que se arvoram donos do Centro
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