O dia 22 de março, ontem, assinalou o Dia Mundial da Água. É assim desde 1992, quando a ONU divulgou a Declaração dos Direitos da Água. A Declaração é composta por 10 itens:
1. A água faz parte do patrimônio do planeta;
2. A água é a seiva do planeta;
3. Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e limitados;
4. O equilíbrio e o futuro do planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos;
5. A água não é uma herança de nossos predecessores; é, antes, um empréstimo a nossos sucessores;
6. A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: é, por vezes, rara e dispendiosa e pode escassear em qualquer região do mundo;
7. A água não será desperdiçada, poluída, envenenada;
8. O uso da água implica respeito à lei;
9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades econômicas, sanitárias e sociais;
10. O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
23 anos depois, a Declaração dos Direitos da Água é um documento recheado de ótimas intenções. Somos convocados a poupar água e energia. Os apelos fazem sentido, mas a sensação é que só o cidadão desperdiça, consome em excesso. Os governos pouco cobram da indústria e do agronegócio, gastadores e poluidores natos. Pior, os governos investem pouco e fiscalizam porcamente.
Para não passar em branco:
1. Daniel Guerra (PRB) defende projeto em que prédios públicos armazenem água da chuva para fins não potáveis, como emprego em sanitários, limpezas, regas, lavagem de veículos. Tomara o projeto passe na Câmara, pois o uso da água da chuva é altamente educativo - fator decisivo para a Declaração dos Direitos da Água de fato sair do papel.
2. Na semana passada, equipes do Samae mais 40 alunos do Colégio Imigrante e da Escola Estadual Técnica de Caxias retiraram 300 quilos de lixo do Arroio Pena Branca. Na sequência, a gurizada conheceu a Estação de Tratamento Pena Branca. Mais um pontinho a favor do Dia Mundial da Água.
Um dia chegaremos lá.
Chegaremos?
Opinião
Gilberto Blume: vinte e três anos depois, a Declaração dos Direitos da Água é um documento com ótimas intenções
Os apelos fazem sentido, mas a sensação é que só o cidadão desperdiça, consome em excesso
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