No popular, diz-se que política, futebol e religião não se discutem.
Permitam que eu discorde, haja vista que poucas vezes na história deste país a política liderou as rodas como agora. Tivéssemos trazido a política ao nosso cotidiano antes, talvez agora não estivéssemos chafurdando nessa lama que só fermenta mais.
Futebol idem. O fiasco na Copa escolou gente que desconhecia até o formato de uma bola. Agora que a Fifa confirmou que houve trambiques na construção dos estádios, pois, o inesquecível 7x1 ameaça ser rebaixado para segundo plano.
A religião é pauta atual sempre. Desde que os líderes católicos queimavam quem teimava duvidar de suas verdades até o tambor da vizinha que não deixa ninguém dormir. Sem esquecer, por certo, o Estado Islâmico, a mais nova ameaça da paz mundial em cartaz travestida de seguidora de Maomé.
Política, futebol e religião, portanto, são mais discutidos do que o dito popular prega.
Esse introdução toda é um prólogo para chegar ao texto assinado aqui por Vera Vanin na semana passada, assunto igualmente livre de qualquer proibição.
Vera opinou, sem papas, que a cerimônia de ordenação de Leomar Brustolin a bispo era um exagero que atentava contra a simplicidade pregada pelo Papa Francisco.
Ai, pra quê...
A opinião de Vera Vanin obteve algumas adesões, mas sejamos justos: choveram críticas, algumas impublicáveis. Imprescindível admitir também que o colunista aqui foi igualmente enxovalhado por ter dado guarida ao texto crítico à ordenação. Não tenho, de verdade, problema algum ser criticado. Elogios, confetes e olas muitas vezes são menos bem-vindos.
Religião, defendo portanto, é assunto discutível sim.
Naturalmente, raramente se alcançará consenso, o que, de todo modo seria péssimo. O consenso de tema tão rico significaria o sepultamento do debate de um assunto ainda tão aberto a contraditórios.
Vera Vanin tem razão?
Seus críticos têm razão?
Pouco importa.
Importa é que não encerremos qualquer debate supondo que detemos a verdade, especialmente em terreno tão rico quanto a política, o futebol e a religião.
Opinião
Gilberto Blume: Vera Vanin opinou, sem papas, sobre a cerimônia de ordenação de Leomar Brustolin. Ai, pra quê...
No popular, diz-se que política, futebol e religião não se discutem. Permitam que eu discorde
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