Tem coisas realmente difíceis de entender. Há vezes em que as coisas são de fato incompreensíveis. O governo estadual cometeu a patuscada de deixar expirar o contrato com a empresa que operava os controladores de velocidade das estradas gaúchas. Por que o governo não encaminhou novo contrato antes que o contrato antigo expirasse é daqueles mistérios de gabinete que jamais serão satisfatoriamente explicados.
Consequência previsível da barbeiragem do governo: sem controladores, os motoristas aceleram.
Dois bairros e uma escola de Farroupilha reivindicam quebra-molas na RSC-453 para minimizar riscos de atropelamento. A velocidade no trecho é limitada a 50 Km/h, mas desde que o controlador foi retirado há motoristas abusando valendo. Dias atrás, em poucas horas, a PRE multou uma penca de motoristas voando no trecho.
Os moradores e estudantes querem quebra-molas.
Tão somente quebra-molas, vejam bem.
Não vão levar.
O Daer, um dos tentáculos do governo que enrola o gaúcho até não mais poder, alega que é proibido construir quebra-molas na RSC-453.
A alternativa apresentada pelo Daer são tachões na pista. tachões, conta o histórico, não resistem às marretadas que alguns desferem para limpar o caminho. Ademais, tachões não danificam carro algum. No máximo provocam algum desconforto. Quebra-molas são ostensivos, podem danificar o carro. Nada, contudo, é comparável aos controladores eletrônicos que ferem o bolso do mau motorista.
Bem, o caso é que Farroupilha não levará quebra-molas. Por que é proibido colocar quebra-molas na RSC-453 é outro mistério inexplicável. Em Caxias, a mesma 453 recebeu dois quebra-molas porque uma estudante morreu atropelada em 2013. É verdade que os quebra-molas demoraram seis meses, e a custa de sucessivos
protestos no acesso ao São Ciro II, mas foram instalados.
Se a população pede quebra-molas, por que não dar quebra-molas à população?
Minimizaria o perigo?
Provavelmente.
Particularmente, defendo que a população deveria reivindicar passarelas, elevadas, viadutos, túneis. O cidadão deveria apostar alto, enxotar a síndrome de vira-latas e exigir soluções, não paliativos.
Assim os governos vão se sucedendo, de patuscada em patuscada, e alegando que é proibido instalar quebra-molas na RSC-453.
Pra que facilitar se é possível complicar, né?
Opinião
Gilberto Blume: pra que facilitar se é possível complicar, né?
Se a população pede quebra-molas, por que não dar quebra-molas à população?
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