Vinte dias passam voando. Mas, ufa!, quanta coisa cabe em apenas 20 dias. O Brasil começou 2015 acelerado em acontecimentos, ritmo que se repete no Rio Grande, na região. Ali atrás, na virada do ano, Dilma apresentou o novo retrato do ministério. A fotografia que agrupa os 39 (trinta e nove!) ministros dispensa legenda. É explícito. Ao definir o ministério, a presidente que o país recém reelegeu reforçou os laços que a reduziram a marionete de bandos interessados em tudo, menos no que interessa a mim, a você, a nós.
O Sartori.
Sartori entrou no palácio arrotando moral. Em poucas semanas, porém, o governador recém eleito posa de cuecas, deprimente cópia xerox de tantos outros líderes que conquistaram a confiança do eleitor, mas que.
Sartori segue sem tirar nem pôr a cartilha politiqueira brasileira. Fez a fila da Assembleia andar até que conseguisse dar assento à própria mulher. Não satisfeito, sacou-a da Assembleia e acomodou-a numa secretaria pra lá de questionável. A manobra é surrada, mas inacreditavelmente legítima. A exemplo da mulher, o novo governador encontrou jeito de dar teta a outros parceiros de campanha derrotados nas urnas. A intransigente política do corte de gastos (e de investimentos) perde toda a credibilidade quando se assiste a essas barbaridades absolutamente legais.
Para não bater apenas no Executivo e no Legislativo, o que dizer daquele juiz que se adonou dos mimos do Eike Batista? Aquele juiz tem o direito de receber salário moradia de R$ 4,3 mil por mês, lembra?
Na quinta passada o PMDB entrou em rede nacional para dizer que está ao lado do povo.
O momento não poderia ser mais apropriado para que um partido tomasse posição, pois o país está à deriva.
Foi uma piada, porém.
Naquele mesmo dia a Câmara Federal, dominada pelo mesmo PMDB, aprovava o pagamento de passagens aéreas a Brasília de esposos e esposas de deputados. Cada deputado, lembremos, recebe R$ 90 mil por mês para gastos de gabinete. O que mais está por vir?
Os protestos de 2013 resultaram em zero conquistas - e em zero vergonha na cara.
Agradeço aos colegas que se ocuparam com os 17 leitores deste espaço durante os últimos espasmódicos 20 dias.
Opinião
Gilberto Blume: o que mais está por vir? Os protestos de 2013 resultaram em zero conquistas e em zero vergonha
Vinte dias passam voando. Mas, ufa!, quanta coisa cabe em apenas 20 dias
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