Ok, protestamos.
E?
Os protestos terão que tipo de influência nesse governo desacreditado, sem moral alguma, e nesse Congresso desde sempre ocupado em defender os próprios interesses e, sabe-se agora, atolado em denúncias de corrupção?
Está difícil imaginar, quiçá crer, que Dilma e deputados e senadores consigam no curto ou no médio prazo dar algum rumo ao país. Não, não sou pessimista. Mas tampouco sou ingênuo.
Acaso algum dos 17 leitores da coluna crê, de verdade, que a partir deste 15 de março governo e parlamento girarão em 360º a chave da própria conduta e passarão a atuar de acordo com os escritos da Constituição?
Pois.
É cristalino que:
- Homens do governo roubaram, e muito, a Petrobras (outras roubalheiras em outras estatais logo virão à tona, aposto);
- Os deputados e senadores não cumpriram a principal tarefa do Legislativo: fiscalizar o Executivo (pior, além de não fiscalizar, há indícios fortíssimos que deputados e senadores ajudaram a assaltar a Petrobras).
A crise política alcançou o limite do aceitável. Lá do topo, a crise política esculhamba com a economia e, por extensão, balança o social com o inevitável desemprego, entre outros efeitos danosos mais. As pedras do dominó ainda estão em plena queda em cascata, e não há possibilidade alguma de alguém prever o que vai acontecer.
Dilma reagirá?
Como?
(silêncio profundo)
O Congresso reagirá? Como?
(silêncio profundo)
É certo, o Brasil sobreviverá a essa turba que assalta sem escrúpulos a nação.
Perdoem pelo lugar-comum, mas os próprios protestos de ontem mostraram, de novo, que a democracia está consolidada. O país, pois, seguirá de pé, resta uma faxina básica e urgente para que todos que ainda mandam se enquadrem no modelo democrático.
Em 2013 milhões de brasileiros foram às ruas, deu quebra-quebra, os protestos sofreram críticas e elogios.
O Brasil sobreviveu.
Mas, recordemos, saímos daquele 2013 exatamente iguais como quando entramos, ou seja, nem melhores, nem piores.
Tomara desta vez o Brasil saia de 2015 muito, mas muito melhor do que quando entrou.
Opinião
Gilberto Blume: O país seguirá de pé, resta uma faxina urgente para enquadrar todos que ainda mandam
Os protestos terão que tipo de influência nesse governo desacreditado
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