O prefeito Alceu falou que agora não adianta buscar culpados pela paralisação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Tega por oito dias. A ETE parou de operar porque faltou energia elétrica. Resultado: o esgoto que deveria ser tratado antes de entrar no arroio foi derramado no Tega sem tratamento algum.
O prefeito até pode ter razão ao defender que agora não adianta sair caçando bruxas, pois qualquer medida que seja tomada não devolveria o esgoto derramado bruto na natureza. É preciso admitir,porém, que o sistema é frágil, dependente de um serviço que, viu-se no episódio, demorou inacreditáveis oito dias para reativar a energia.
Parêntesis: a RGE reativou a energia naquela região do Mattioda horas depois de o Pioneiro questionar por que a ETE estava sem energia há oito dias. O caso não é único, tampouco foi o último: é comum alguém arregaçar mangas assim que algum problema público vem à tona. Pergunta: a energia seria reativada se o Pioneiro não estivesse atrás da informação? Fecha parêntesis.
Oito dias é bastante tempo, é tempo demais, é tempo excessivo. A constatação não é direcionada apenas à RGE, mas também ao Samae e ao Semma, operador e fiscalizadora do sistema, respectivamente.
Alguém deveria ter chocado subido na mesa, parado as máquinas, soltado o bode na sala: precisamos de energia!
Há quem alegue que oito dias de esgoto bruto lançado no Tega significam nada diante da sujeira que o arroio teve de engolir ao longo de décadas. A alegação é frágil, não se sustenta em pé.
Equívocos atuais não justificam nem amenizam erros históricos.
O prefeito não buscará culpados, mas para o bem da coletividade espero de coração que ele tenha ao menos aplicado um educativo puxão de orelhas em todos os envolvidos.
Opinião
Gilberto Blume: Oito dias é bastante tempo. Alguém deveria ter chocado, subido na mesa, soltado o bode
Equívocos atuais não justificam nem amenizam erros históricos
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