Às vésperas do segundo turno, podemos antever: o presidente que elegeremos lidera uma quadrilha criminosa extremamente organizada cuja única finalidade é roubar o país.
Atenção, a conclusão não é minha, mas é cristalina: é exatamente isso que nos dizem Aécio e Dilma nos debates e na campanha eleitoral gratuita (e obrigatória).
O nível da campanha eleitoral gratuita (e obrigatória), que de tão raso no primeiro turno mal produzia risco no chão, conseguiu despencar para uma troca venenosa de acusações.
Pior que ter de acompanhar toda a baixaria é saber que tanto Aécio quanto Dilma podem ter razão.
Ou seja, a julgar pelos requintes de detalhamento dos predicados proibidos para menores que ambos lançam um contra o outro podem ser verdadeiros.
Pelo sim, pelo não, não nos iludamos. Não há cordeiros legítimos disputando nosso voto.
Então estamos assim: os dois candidatos que querem ser presidente da República acusam um ao outro de crimes horrorosos contra o país.
O lado bom (sempre tem o lado bom...) dessa barafunda é que largamos em vantagem.
Se as acusações de Aécio e Dilma fazem sentido, a oposição terá matéria-prima para investigar o passado recente do eleito logo no começo do mandato. O lado ruim (sempre tem o lado ruim...) é que estamos marchando céleres para uma república sem oposição. As coligações partidárias amarradas recentemente deixam pouco espaço para outra conclusão: ninguém mais é genuinamente contra o governo porque ser genuinamente contra o governo significa, de pronto, abrir mão de uma série de benesses. Sem oposição, pois, as acusações de Aécio contra Dilma e de Dilma contra Aécio atualmente em cartaz vão virar fumaça ali adiante.
Seja quem for presidente, está no ar, dito todos os dias, que a ficha corrida do sujeito é extensa.
Opinião
Gilberto Blume: Está no ar, é dito todos os dias: A ficha corrida do presidente que será eleito é extensa
É exatamente isso que nos dizem Aécio e Dilma nos debates e na campanha eleitoral gratuita (e obrigatória)
GZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: