A dona de casa Catarina Claudete Bertotti, 68 anos, de Caxias do Sul, era uma vítima frequente de tombos dentro e fora de casa.
- Eu caía muito, não tinha flexibilidade, vivia tonta e era difícil até me deslocar até o centro. Tinha receio de cair na rua e me machucar mais uma vez - conta Catarina.
Há cerca de três anos, aconselhada pelo médico, ela começou a participar de um grupo para idosos que tem como objetivo melhorar o condicionamento físico, equilíbrio e flexibilidade dessas pessoas, colaborando para a redução das quedas. Nesse tempo, conquistou mais autonomia, melhoria da saúde e uma redução significativa do número de tombos.
- Hoje, tenho mais percepção das coisas, estou mais atenta e tenho mais equilíbrio para andar e fazer movimentos que não conseguia fazer. Nesse tempo todo, acho que caí um ou duas vezes apenas - atesta.
A fisioterapeuta Melissa Castilhos, do grupo de prevenção de quedas da Unimed Preventiva, explica que os encontros semanais trazem orientações de educador físico, fisioterapia, psicólogo e assistente social. Juntos, eles trabalham a prevenção, a coordenação motora, a força e dão dicas de alimentação saudável a Catarina e outras sete mulheres.
- A assistente social, inclusive, visita as residências para indicar o que fazer para prevenir quedas - destaca Melissa.
Conforme a fisioterapeuta, as quedas oferecem muitos riscos à saúde, sendo a prevenção a melhor forma de garantir a saúde do idoso. Entre os principais problemas desses tombos estão as fraturas (as mais frequentes são as do fêmur, do rádio, da clavícula, da coluna, da escápula e do nariz), as lesões na cabeça, a ansiedade, a perda da autonomia e o receio de novas quedas.
Estatísticas do Ministério da Saúde indicam que Catarina não é exceção: uma em cada três pessoas com mais de 65 anos - hoje, no Brasil, essa população chega a 14,9 milhões - sofre com quedas. Desse total, um em cada 20 chegam à fratura ou necessitam de internação. E o risco de morte no ano seguinte à hospitalização em decorrência de um tombo pode chegar a 50%.
Entre os idosos com 80 anos ou mais, 40% caem a cada ano. Além disso, dados da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo mostram que o número de mortes de idosos em razão de quedas quadruplicou nos últimos 10 anos e esta já pode, inclusive, ser apontada como uma das principais causas externas de morte na terceira idade.
Outra preocupação dos profissionais da saúde é com a perda de massa magra (músculos) após os 60 anos. A partir dessa idade, essa redução é acentuada, o que provoca a redução da força e da mobilidade e a diminuição das capacidades funcionais dos idosos. Esse quadro pode ocasionar uma síndrome geriátrica ainda pouco conhecida pela população brasileira: a sarcopenia.
A síndrome, que já atinge 40% dos idosos, se não diagnosticada e devidamente tratada, é capaz de diminuir consideravelmente a independência desses indivíduos. Isso porque até o desempenho de atividades simples e corriqueiras, como carregar uma sacola de compras, por exemplo, torna-se difícil.
Além disso, os idosos com redução muscular ficam mais propensos a tropeços e quedas: eles caem três vezes mais e as consequências desses acidentes vão das fraturas até a morte.
Saúde
Grupo investe na prevenção de quedas entre idosos de Caxias do Sul
Projeto integra serviço de Medicina Preventiva da Unimed Nordeste
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