Até sexta-feira, uma família de mestiços caingangues comercializa 90 tipos de ervas, raízes e cipós na Praça da Bandeira, em Caxias do Sul. Eles difundem costumes responsáveis por tratar males como diabetes, colesterol, pressão, bronquite, enxaqueca, resfriado e micose.
Autorizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), Ido Galvão, 48 anos, viaja pelo Brasil difundindo os costumes indígenas, herança da avó e da mãe. Já passou pelo Mato Grasso, São Paulo, Paraná e também pela Argentina, Uruguai e Paraguai. Em Caxias, esteve pela última vez há quatro anos.
Vem de Galvão, em uma linguagem bem informal, a explicação sobre a utilização das ervas. A cipó-macaco é usada para combater diabetes, devido a um "óleo que age no funcionamento do pâncreas".
Outra erva, chamada por ele de carvarin (conhecida como cavalinha) ajuda a emagrecer, "queimando a gordura amarela do fígado".Uma das mais populares é a raiz da batata de negro, utilizada para impotência sexual, conhecida como viagra natural.
- Esse apelido foi dado pelos brancos - explica o índio.
As ervas vêm de plantações da Aldeia Bananeira do posto indígena Guarita, em Miraguaí (próxima de Passo Fundo), onde Galvão reside. Depois de colhidas, são trituradas em uma máquina de moer.
- Como o branco, o índio também evoluiu, mas índio não toma remédio. Esta é a forma como nos curamos - justifica Galvão, apontando para a mesa com os sacos de ervas.
Nas viagens, Galvão tem a companhia da esposa, Alzira Sales, 34 anos, e dos filhos Luciano, 10, e Henrique, 8 meses, em período de férias escolares.
Cultura
Índios caingangues comercializam ervas medicinais na Praça da Bandeira, em Caxias
Uma das mais populares é conhecida como viagra natural
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