A morte de um magistrado provocada pela queda de um eucalipto, sábado, em Porto Alegre, acendeu o sinal amarelo em municípios da Serra para a insegurança diante de árvores ou postes em situações de risco. Árvores apodrecidas e postes inclinados assustam, especialmente em locais de maior fluxo de pessoas.
Na Rua Bento Gonçalves, próximo à esquina da Rua Moreira César, um espécime de chorão dá sinais de que pode cair a qualquer momento. O tronco está oco e seco, e a árvore se sustenta com os galhos que ficam presos à fiação elétrica.
O aposentado Juvenil José Magrin, 79, mora em um apartamento nas redondezas e comenta que já pediu a poda da árvore, por meio de denúncia no Alô, Caxias e na Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), mas nada foi feito. A árvore fica em frente a uma escola infantil, e diariamente pais param os carros sob a árvore, para buscar os estudantes.
- Também param vans e kombis. É um perigo cair em cima de alguém - alerta.
O secretário do Meio Ambiente, Adivandro Rech, tomou conhecimento do problema, após ser consultado pela reportagem, e afirmou, ao observar uma foto, que a árvore parece mesmo apresentar problema fitossanitário. Segundo Adivandro, o chorão irá receber atenção da equipe técnica da secretaria ainda na manhã de hoje, e será avaliado se há risco de queda.
- Como a cidade é muito grande e fica difícil ver tudo, nós contamos com a fiscalização da população nestes casos, assim como em situações de corte irregular de árvores - comenta.
O secretário observa que, nos últimos nove meses, desde a troca de governo, já foram realizados mais de 100 cortes de árvores em que foi identificado algum problema de saúde ou risco à população pela localização. O setor de podas da secretaria conta com o acompanhamento diário de um técnico, que avalia a situação das árvores e têm a última palavra quanto à eventual necessidade de corte de espécimes. Adivandro reforça que o projeto do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica, apresentado pela prefeitura ano passado, prevê o diagnóstico de todas as árvores do perímetro urbano do município.
Além das árvores, moradores precisam estar atentos à conservação dos postes de luz da cidade. Na seção Leitor Fotógrafo, o Pioneiro recebe e publica denúncias frequentes de exemplares com aparente risco de queda. Na esquina das ruas Visconde de Taunay e Tronca, no bairro Rio Branco, e das ruas Armando Canalli e Manoel Ramos Santana, no Jardim Eldorado, há postes visivelmente precários que assustam pela inclinação associada ao mau estado da madeira. Em ambos os casos, moradores reclamam que já solicitaram reparos, mas não receberam atenção.
O pastor da Igreja Batista Alcides José, que mora a cerca de 200 metros do poste do Jardim Eldorado conta que, há pelo menos cinco meses, chama a atenção para o problema:
- No local passam muitas crianças, pois há uma padaria e um colégio (Escola Estadual Dr. Assis Mariani) em frente. Dá pra ver que só os fios mantém o poste de pé. É uma tragédia anunciada.
Segundo Alcides, no dia em que a imagem foi publica no Pioneiro, dia 20 de agosto, técnicos da RGE estiveram no local e teriam dito que o poste não era da companhia de energia. Posteriormente, ainda segundo Alcides, uma empresa de telefonia também esteve no local, trocou fios, mas não mexeu no poste.
Alerta
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