Na 35ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2007, o Juventude persistia na luta contra o rebaixamento, enquanto o São Paulo já comemorava o bicampeonato. Mesmo assim, os paulistas comandados por Muricy Ramalho formaram um time forte para o duelo em Caxias do Sul, mas saíram derrotados por 2 a 0, sendo um dos gols marcados pelo ídolo alviverde Renato Cajá. Neste domingo (29), 14 anos depois, Ju e Tricolor se reencontram no Estádio Alfredo Jaconi pelo Brasileirão em condições mais próximas do equilíbrio, diferente daquele tempo, e o Papo espera repetir o resultado quando a bola rolar a partir das 16h.
O Juventude também guarda lembranças positivas dos confrontos mais recentes com o São Paulo, que ocorreram em 2016, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Na época, o time de Antônio Carlos Zago surpreendeu e venceu em São Paulo por 2 a 1, com gols do meia-atacante Roberson, que retornou ao elenco alviverde em 2021. No jogo da volta, no Jaconi, a classificação foi assegurada, mesmo com a derrota por 1 a 0.
Juventude e São Paulo estão próximos na tabela de classificação. O Verdão é o 13º colocado, com 20 pontos, enquanto os paulistas estão um posto acima, com 21 pontos. Enquanto os comandados de Marquinhos Santos buscam manter a distância para a zona do rebaixamento, que hoje é de quatro pontos, o time do técnico Hernán Crespo tem objetivos maiores. Atual campeão paulista, o clube do Morumbi segue vivo na Copa do Brasil e busca colocar-se no topo da Série A.
— Para nós, cada jogo é especial. Eu amo futebol e adoro o que eu faço. Não só em treinamentos, mas também no território de jogo. Será mais um jogo especial da minha carreira e para o Juventude. Espero ajudar, seja com gol ou na movimentação ofensiva — comenta o centroavante Ricardo Bueno, que projeta um confronto difícil:
— O Brasileirão é muito nivelado. Nesse ano, são poucas equipes que estão se destacando, as demais estão em equilíbrio. Nós temos que buscar a nossa pontuação, de preferência com vitória. Contra o Fortaleza merecíamos, mas infelizmente não conseguimos. Estamos no caminho e esperamos diante do São Paulo manter nosso nível em todo o jogo.
Para o técnico Marquinhos Santos, a equipe precisa repetir o mesmo desempenho dos jogos recentes em casa.
— Temos que manter aquilo que estamos construindo dentro do Estádio Alfredo Jaconi. Mesmo nas derrotas, tivemos uma postura corajosa e igualamos os confrontos. Nas vitórias, essa postura aguerrida foi determinante para nos dar uma segurança na tabela — comentou o treinador.
Escalação
Para o confronto, a tendência é de que o time titular do Verdão tenha duas mudanças, com o retorno de Rafael Forster ao sistema defensivo e a entrada de Sorriso no ataque. Entretanto, não estão descartadas outras mudanças.
Após cumprir suspensão automática pelo terceiro cartão amarelo diante do Fortaleza, Forster deve retomar seu posto no 11 inicial, com a saída de Didi. Porém, pode ser como zagueiro ou lateral-esquerdo. Nesta formação, menos provável, o colombiano Juan Quintero entraria na zaga ao lado de Vitor Mendes, fazendo sua estreia com a camisa alviverde.
— Não penso em mudança de sistema. Nós temos um modelo de jogo, independente da forma numérica. Com conceitos do que fazer com e sem a bola. Temos trabalhado uma linha de três na minha fase de construção, fazendo com que nós possamos acrescentar uma competitividade interna entre os atletas. Por isso vamos aguardar o que vem do São Paulo, para que possamos ser assertivos na escalação — destacou Marquinhos Santos.
No meio-campo, Marquinhos Santos surpreendeu e formou a equipe na última rodada com Guilherme Castilho e Matheus Jesus, deixando Dawhan no banco de reservas. O setor também contou com a presença de Wagner como armador e não deve ser modificado. O meia deve permanecer como titular, já que Wescley está machucado.
O Ju também deve ter uma modificação no setor de ataque. Paulinho Boia, titular absoluto, pertence ao São Paulo e está por empréstimo no Estádio Alfredo Jaconi, então não poderá atuar. O substituto natural é Sorriso, que já iniciou sete partidas no Campeonato Brasileiro. Entretanto, existem outras alternativas, como Chico e Bruninho, que também tiveram boa atuação diante do Fortaleza.
— O Sorriso é um menino muito bom, dentro e fora de campo, sempre disposto a aprender. Às vezes conversamos sobre tática e, nós mais experientes, passamos algumas orientações sobre alguma movimentação, e ele está sempre aberto para escutar. Ele já deu o passe no último e espero que essa parceria siga dando certo — comenta Bueno.
Em caso de vitória, o Juventude pode entrar na zona de classificação para a Copa Sul-Americana.